Conheça os investimentos de renda fixa que se beneficiam com a alta da Selic

O Copom decidiu elevar a taxa Selic para 10,5% ao ano, dando continuidade ao ciclo de aperto monetário, que já dura sete reuniões. O que isso muda nos investimentos?

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – O Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu elevar a taxa Selic para 10,5% ao ano nesta quarta-feira (15), dando continuidade ao ciclo de aperto monetário que já dura sete reuniões. A taxa básica de juros da economia começou a subir em abril do ano passado, após um ciclo de afrouxamento monetário que durou mais de um ano e levou a Selic de 12,5% ao menor nível histórico, de 7,25%, em outubro de 2012.

Com esta nova taxa, a remuneração da caderneta de poupança continua a ser definida de acordo com antiga regra, ou seja, uma rentabilidade de 0,5% ao mês, ou 6,17% ao ano, mais a chamada TR (Taxa Referencial), que atualmente encontra-se próxima de zero.

A nova regra deste tipo de investimento estava vigente até o dia 28 de agosto e ditava uma remuneração de 70% da Selic mais a TR. Mas, isso vale apenas enquanto a taxa de juros estiver menor que 9% ao ano.

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A poupança, mesmo rendendo o máximo possível, oferece uma rentabilidade extremamente baixa – apesar da segurança que oferece e da facilidade de aplicação e resgate – assim ficando atrás de outras opções do mercado de renda fixa, que também são beneficiados com a alta da Selic, como os títulos do Tesouro Direto, por exemplo.

As melhores opções com Selic a 10,5% ao ano
Segundo André Mallet, gerente de renda fixa da Um Investimentos, a inflação deve continuar subindo em direção ao teto da meta em janeiro, mas o ciclo de aperto monetário pode já estar perto do fim, por ser um ano eleitoral. “Visto que a Selic já subiu de 7,25% para 10,5% e o ciclo pode estar chegando perto do fim, é hora de entrar nas LTNs, títulos do Tesouro prefixados, que são os papéis que devem oferecer a maior rentabilidade para os investidores neste momento”, afirmou.

Já o educador financeiro Mauro Calil afirma que aplicações atreladas ao CDI, como as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) e os fundos de DI continuam sendo a melhor alternativa, ainda mais atrativos com a alta dos juros.

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Carlos Haber, o gestor de investimentos da Lecca, e o educador financeiro Reinaldo Domingos, têm opinião parecida. Para eles, a melhor opção é manter boa parte das aplicações de renda fixa em investimentos que pagam rentabilidade atrelada à taxa básica de juro.

“Para alguns investidores a noticia [da alta do juro] é boa, principalmente para as aplicações de renda fixa atreladas a ela, como os CDBs pós-fixados, os fundos DI e as Letras Financeiras do Tesouro (LFT), títulos negociados via Tesouro Direto”, afirmou Domingos.