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Dezoito candidatos a governador chegam ao domingo (2) da eleição com chances relevantes de vencerem já no primeiro turno. É o que indicam os dados da última série de pesquisas de intenção de votos nos 26 Estados e no Distrito Federal, divulgada pelo Ipec ao longo da última semana de campanha.
Pela regra, para um candidato ser eleito sem necessidade de disputar o segundo turno, ele precisa conquistar 50% dos votos válidos (ou seja, excluindo abstenções, votos em branco e nulos) mais um. Do contrário, precisará medir forças com o segundo mais votado em outra votação, marcada para o último domingo do mês − dia 30 de outubro.
Os levantamentos do Ipec, instituto fundado por executivos do extinto Ibope, mostram Unidades da Federação em que o líder nas pesquisas concentra mais de 45% das intenções de voto − o que, pela margem margem de erro, poderia deixá-lo muito próximo da possibilidade de ser eleito já nesta noite.
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São elas: Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Sergipe e Tocantins.
Leia também: Ipec realiza pesquisas eleitorais em domicílio: entenda a metodologia usada pelo instituto
Os casos em que as chances parecem ser mais altas são de Helder Barbalho (MDB-PA), Mauro Mendes (União Brasil-MT), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Fátima Bezerra (PT-RN), que superam a marca de 60% dos votos válidos nos levantamentos divulgados. Todos eles são candidatos à reeleição.
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Dos 18 candidatos com chances mais elevadas de vencer em primeiro turno em seus estados, 14 já são governadores e tentam ser reconduzidos. Além dos já citados, estão na lista: Gladson Cameli (PP-AC), Paulo Dantas (MDB-AL), Ibaneis Rocha (MDB-DF), Renato Casagrande (PSB-ES), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Carlos Brandão (PSB-MA), Romeu Zema (Novo-MG), Cláudio Castro (PL-RJ), Antonio Denarium (PP-RR) e Wanderlei Barbosa (Republicanos-TO).
Dos grupo de governadores que tentam a reeleição, dois aparecem numericamente atrás de seus adversários, porém em condição de empate técnico: João Azevêdo (PSB-PB) e Carlos Moisés (Republicanos-SC) − ambos com boas chances de irem ao segundo turno.
Analistas políticos vêm destacando que esta pode ser uma eleição mais favorável a incumbentes no Poder Executivo que buscam a recondução em seus estados do que a última. Entre os fatores destacados estão mudanças nas demandas do eleitor em comparação com o pleito de 2018, quando a Operação Lava Jato trouxe uma forte pressão por mudança na política.
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Depois da pandemia, muitos especialistas observam que experiência e provas de capacidade de gestão passaram a ser atributos considerados prioritários por quem decide.
A exceção à tendência ao continuísmo pode ocorrer em São Paulo, onde Rodrigo Garcia (PSDB), que assumiu após a renúncia de João Doria (PSDB) − que tentou disputar a Presidência da República, mas depois desistiu −, não ocupa a primeira ou a segunda colocação nas pesquisas.
Os números mostram que o governador tucano corre risco de não ir a um eventual segundo turno, o que representaria o fim de uma hegemonia de décadas do PSDB no maior colégio eleitoral do país.
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A tabela a seguir mostra o cenário em votos válidos para a disputa em cada uma das 27 Unidades da Federação (os nomes dos candidatos à reeleição estão marcados com a letra “R” após seus nomes):
UF | Instituto | Código | Candidato 1 | Candidato 2 | Candidato 3 | Margem de erro |
AC | Ipec | AC-04487/2022 | Gladson Cameli (PP) – R: 53% | Jorge Viana (PT): 24% | Mara Rocha (MDB): 9% | 3 p.p. |
AL | Ipec | AL-04283/2022 | Paulo Dantas (MDB) – R: 45% | Rodrigo Cunha (União Brasil): 23% | Rui Palmeira (PSD): 16% | 3 p.p. |
AM | Ipec | AM-08897/2022 | Wilson Lima (União Brasil) – R: 38% | Amazonino Mendes (Cidadania): 28% | Eduardo Braga (MDB): 19% | 3 p.p. |
AP | Ipec | AP-05843/2022 | Clécio (Solidariedade): 57% | Jaime Nunes (PSD): 38% | Gilvam Borges (MDB): 1% | 3 p.p. |
BA | Ipec | BA-00751/2022 | ACM Neto (União Brasil): 51% | Jerônimo Rodrigues (PT): 38% | João Roma (PL): 8% | 2 p.p. |
CE | Ipec | CE-09689/2022 | Elmano de Freitas (PT): 44% | Capitão Wagner (União Brasil): 37% | Roberto Cláudio (PDT): 18% | 3 p.p. |
DF | Ipec | BR-04016/2022 | Ibaneis Rocha (MDB) – R: 46% | Leandro Grass (PV- PT – PC do B): 20% | Izalci (PSDB): 16% | 2 p.p. |
ES | Ipec | ES-01181/2022 | Renato Casagrande (PSB) – R: 59% | Manato (PL): 25% | Audifax (Rede): 7% | 3 p.p. |
GO | Ipec | GO-06820/2022 | Ronaldo Caiado (União Brasil) – R: 56% | Gustavo Mendanha (Patriota): 29% | Major Vitor Hugo (PL): 9% | 3 p.p. |
MA | Ipec | MA-03514/2022 | Carlos Brandão (PSB) – R: 48% | Lahesio Bonfim (PSC): 18% | Weverton Rocha (PDT): 22% | 3 p.p. |
MG | Ipec | MG-09012/2022 | Romeu Zema (Novo) – R: 50% | Alexandre Kalil (PSD): 42% | Carlos Viana (PL): 4% | 2 p.p. |
MS | Ipec | MS-00268/2022 | André Puccinelli (MDB): 31% | Eduardo Riedel (PSDB): 18% | Marquinhos Trad (PSD): 17% | 3 p.p. |
MT | Ipec | MT-00496/2022 | Mauro Mendes (União Brasil) – R: 73% | Márcia Pinheiro: 17% | Pastor Marcos Ritela (PTB): 8% | 3 p.p. |
PA | Ipec | PA-06973/2022 | Helder Barbalho (MDB) – R: 76% | Zequinha Marinho (PL): 19% | Adolfo Oliveira (PSOL): 1% | 3 p.p. |
PB | Ipec | PB-00955/2022 | Nilvan Ferreira (PL): 29% | João Azevêdo (PSB) – R: 27% | Pedro Cunha Lima (PSDB): 17% | 3 p.p. |
PE | Ipec | PE-05764/2022 | Marília Arraes (Solidariedade): 38% | Raquel Lyra (PSDB): 17% | Miguel Coelho (União Brasil): 17% | 2 p.p. |
PI | Ipec | PI-07182/2022 | Silvio Mendes (União Brasil): 48% | Rafael Fonteles (PT): 47% | Coronel Diego Melo (PL): 2% | 3 p.p. |
PR | Ipec | PR-02084/2022 | Ratinho Junior (PSD) – R: 62% | Requião (PT): 29% | Gomyde (PDT): 3% | 3 p.p. |
RJ | Ipec | RJ-01526/2022 | Cláudio Castro (PL) – R: 47 % | Marcelo Freixo (PSB): 28% | Rodrigo Neves (PDT): 11% | 2 p.p. |
RN | Ipec | RN-04452/2022 | Fátima Bezerra (PT) – R: 61% | Capitão Styvenson (Podemos): 18% | Fábio Dantas (Solidariedade): 17% | 3 p.p. |
RO | Ipec | RO-05340/2022 | Coronel Marcos Rocha (União Brasil) – R: 43% | Marcos Rogério (PL): 27% | Léo Moraes (Podemos): 19% | 2 p.p. |
RR | Ipec | RR-02032/2022 | Antonio Denarium (PP) – R: 51% | Teresa Surita (MDB): 45% | Fábio Almeida (PSOL): 2% | 3 p.p. |
RS | Ipec | RS-04427/2022 | Eduardo Leite (PSDB) – R: 40% | Onyx Lorenzoni (PL): 30% | Edegar Pretto (PT): 20% | 2 p.p. |
SC | Ipec | SC-07610/2022 | Jorginho Mello (PL): 29% | Carlos Moisés (Republicanos) – R: 23% | Gean Loureiro (União Brasil): 16% | 3 p.p. |
SE | Ipec | SE-07200/2022 | Valmir de Francisquinho (PL) – R: 48% | Fábio (PSD): 20% | Rogério Carvalho (PT): 20% | 3 p.p. |
SP | Ipec | SP-05847/2022 | Fernando Haddad (PT): 41% | Tarcísio de Freitas (Republicanos): 31% | Rodrigo Garcia (PSDB) – R: 22% | 2 p.p. |
TO | Ipec | TO-07548/2022 | Wanderlei Barbosa (Republicanos) – R: 56% | Ronaldo Dimas (PL): 19% | Irajá (PSD): 12% | 3 p.p. |
Embora sejam ferramentas muito úteis na avaliação do cenário eleitoral, as pesquisas de intenção de voto têm que ser analisadas com parcimônia, já que não têm como finalidade prever o resultado das urnas, mas apenas capturar a preferência dos eleitores em um dado momento.
No caso de disputas para governos estaduais e cargos no Congresso Nacional, o cuidado deve ser redobrado, já que a tendência de o eleitor decidir seu voto nos últimos dias é ainda maior − o que pode produzir profundas diferenças em relação ao quadro apontado pelos institutos.