TIM (TIMS3): com “risco Itália” afastado e boas perspectivas, analistas reiteram recomendação de compra para ação

Apesar dos rumores sobre a possibilidade de venda da TIM Brasil, não há processo de venda em andamento e a venda só ocorreria com um prêmio significativo

Felipe Moreira

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Recentemente, o setor de telecomunicações tem ganhado destaque em meio às notícias de consolidação do setor, ao mesmo tempo que analistas têm destacado a preferência pela TIM (TIMS3) em relatórios recentes, de olho também na temporada de resultados do terceiro trimestre de 2022 (3T22).

Nesta semana, a equipe de research da XP Investimentos se reuniu com CEOs da Telecom Italia (Pietro Labriola) e TIM Brasil (Alberto Griselli), além de Vicente Ferreira (Head de RI TIM Brasil).

No encontro, foram discutidas as estratégias de Labriola no comando da TI e os possíveis desdobramentos estratégicos para a TIM Brasil.

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Com a mudança de governo na Itália, algumas notícias tinham apontado para a possibilidade de um desinvestimento da TIM Brasil.

A XP acredita que o plano de reestruturação na Itália está sendo executado de forma adequada e até certo ponto de forma independente, o que não exigiria a venda do ativo no Brasil, mitigando o risco de overhang (ou excesso de ações no mercado) devido à ausência de um comprador óbvio para TIM Brasil.

“Apesar de todo o barulho sobre a possibilidade de venda da TIM Brasil, não há processo de venda em andamento e, em nossa percepção, a venda só ocorreria se um player se mostrasse disposto a comprar as operações pagando um bom prêmio” comenta XP.

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Segundo Labriola, dada a importância da operação do Brasil nos resultados, não faria sentido vender a operação sem um prêmio significativo, caso contrário não haveria redução da dívida pela Ccntroladora. Além de não haver um comprador óbvio para o ativo, o plano de reestruturação na Itália não considera esse desinvestimento. Sobre a possibilidade de vender o controle excedente (a Telecom Italia detém 67% da TIM Brasil), essa decisão não faria sentido, seria financeiramente irrelevante e não endereçaria as necessidades de caixa da Telecom Italia.

Na visão de analistas da XP, a TIM Brasil segue negociando a um valuation muito atrativo de 3,4 vezes o valor da empresa sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EV/Ebitda) esperado para 2023, um desconto relevante para pares globais (de 6 vezes). Além de um valuation atrativo, uma nova abordagem de dividendos e rápida desalavancagem após a aquisição da Oi Mobile levaram a XP reiterar recomendação de compra, que também permanece como Top Pick entre as grandes empresas de telecomunicações brasileiras.

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Na terça-feira (18), Credit Suisse também reiterou sua preferência pela TIM, com classificação outperform (equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 16,5 (inalterado), que representa um potencial de valorização de 29,5% frente a cotação de fechamento de quarta-feira (19) de R$ 12,74.

O banco suíço espera que as sinergias da Oi levem a TIM a apresentar um crescimento robusto de fluxo de caixa nos próximos anos. “A TIM deve gradualmente alcançar Vivo e Claro em termos de percepção de qualidade e ser capaz de aumentar preços ou ganhar market share em segmentos mais premium do mercado móvel”, completa.