Unicórnio Cloudwalk obtém licença do Banco Central e reforça estratégia com foco em Web3

Empresa se torna emissora de moeda e espera usar novo aval como apoio à operação de criptomoeda própria indexada ao real

Paulo Alves

(Divulgação)
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A Cloudwalk, empresa de pagamentos para empresas conhecida pela maquininha InfinitePay, acaba de obter permissão para atuar como Instituição de Pagamento (IP) junto ao Banco Central. Com a nova licença, passa a poder atuar como emissora de moeda eletrônica e de instrumento pós-pago, além de credenciadora.

Segundo a companhia, a novidade servirá de apoio à expansão dos serviços financeiros já oferecidos, incluindo a oferta de crédito usando sua própria criptomoeda, a Brazilian Digital Real (BRLC), uma moeda digital que tem paridade com o real e roda em uma blockchain proprietária.

Do ponto de vista regulatório, a Cloudwalk se torna a primeira com atuação no setor de criptomoedas a ter permissão formal do BC para emitir moeda – na falta de uma regulação específica, a empresa aposta no aval para sustentar a operação da BRLC, e como forma de convencer o consumidor a adotar serviços financeiros na lógica da Web3, com uso de tokens e contratos inteligentes (smart contracts).

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“Com essa licença mostramos que somos uma empresa idônea, e temos a liberação de atuação como emissores de moeda eletrônica para fazer movimentação financeira da nossa stablecoin nas wallets (carteiras de criptomoedas)”, explica Pablo de Mello, sócio e diretor comercial da CloudWalk.

Com a licença, a empresa também é a primeira do setor cripto a obter conexão direta ao BC para uso do Pix, dispensando intermediários para comprar ou liquidar criptomoedas para os clientes. Todas as empresas que ultrapassaram R$ 500 milhões por ano em movimentações são obrigadas a entrar com o pedido de licença junto ao BC, mas nenhum outro player de cripto obteve a liberação até agora.

A funcionalidade do Pix na CloudWalk é utilizada, por exemplo, por empresas que fazem empréstimos na criptomoeda BRLC e desejam converter o valor em reais, mediante o saque para uma conta bancária. O acesso direto aos sistemas do BC, esclarece Mello, contribuirá para que esse serviço, que já é gratuito, siga sem custos para clientes, além de garantir o cumprimento dos requisitos regulatórios.

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Até aqui, a CloudWalk já emprestou mais de R$25 milhões em criptomoedas para pequenas e médias empresas, utilizando contratos inteligentes que leem os recebíveis do cliente para calcular valores e juros. A fintech superou, em setembro, a marca de 1,7 milhão de carteiras criadas e mais de 6 milhões de transações.

Recentemente, também anunciou o InfiniteTap, novo produto que permite pagamentos sem contato via celular, sem o uso de maquininha. Os usuários poderão também realizar todos os tipos de transações por cartões e link de pagamento.

Classificada como um unicórnio, conceito que define as startups que valem mais de US$ 1 bilhão, a empresa levantou US$ 356,5 milhões em investimentos de nomes como Coatue, DST Global, Valor Capital Group e HIVE Ventures. Além disso, captou R$ 3,4 bilhões em Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) para a antecipação de recebíveis em sua rede de soluções financeiras.

Paulo Alves

Editor de Criptomoedas