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O bloqueio de estradas pelo país apresentou recuo na manhã desta quinta-feira (3). Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em reporte publicado às 19h (horário de Brasília) 11 estados registram ocorrência. São 34 pontos de bloqueio (quando o tráfego é impedido) ou interdição (quando a via fica parcialmente fechada).
Outras 931 manifestações foram desfeitas pelos policiais. No início do dia, eram 86 pontos de bloqueio ou interdição nas vias, em 11 estados. Na quarta-feira (2), os bloqueios estavam presentes em 17 estados, com cerca de 150 pontos.
Na tarde desta quinta, o procurador-geral da República, Augusto Aras, disse, durante audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), de que foi informado pelo governo de que não haveria mais nenhum ponto de bloqueio no país. No entanto, a informação não foi confirmada oficialmente pela PRF.
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A PRF informou que 4.216 multas foram aplicadas entre segunda e esta quarta-feira contra pessoas que estavam participando dos bloqueios nas estradas do país, em um total de R$ 11,3 milhões em autuações (veja mais abaixo).
Confira os estados que ainda registram bloqueios:
- Amazonas: 2 interdições
- Mato Grosso: 7 interdições
- Mato Grosso do Sul: 1 interdição
- Minas Gerais: 2 interdições
- Pará: 7 interdições
- Paraná: 1 bloqueio
- Rio Grande do Norte: 1 interdição
- Rio Grande do Sul: 2 interdições
- Rondônia: 8 interdições
- Santa Catarina: 2 interdições
- São Paulo: 1 interdição
Entre os estados que têm manifestações, Mato Grosso, importante produtor agrícola, e Santa Catarina, polo de criação de aves e suínos, são os mais afetados. Em entrevista à CNN Brasil, o ministro da Agricultura, Marcos Montes, disse ser contra os protestos que impediam o fluxo nas estradas, em linha com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
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O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB) criticou os bloqueios e citou problemas que o trancamento das vias podem gerar na economia. “Prejudica o transporte de alimentos, de combustíveis […] A dúvida é quem vai pagar esta conta? É um grande descabimento”, afirmou Alckmin, após reunião da equipe de transição com membros do governo Bolsonaro.
Nesta manhã, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, disse que os bloqueios são “criminosos” e exaltou o resultado do segundo turno eleitoral. “Os vencedores assumem em 1º de janeiro”, reforçou. Moraes também determinou que a PRF apresente, em até 48 horas, as medidas adotadas para a desobstrução das vias e que aponte quais pessoas foram multadas por conta do trancamento das estradas.
Indústria de carnes afetada
A indústria de aves e suínos teve cerca de 45% da capacidade de abates afetada pelos protestos nas estradas do Brasil, segundo apuração da Reuters. Uma fonte afirmou à agência que os frigoríficos atingidos estão com os abates totalmente paralisados ou reduzidos, e o cenário mais crítico é visto no Estado de Santa Catarina.
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“Não pode abater se não tiver como dar condição de segurança sanitária para o produto, se não tiver como estocar, e as câmaras frias estavam todas em uso porque caminhões estavam indo para o porto e não voltavam”, disse a fonte.
Ministro fala em R$ 11,3 milhões em multas
Ainda nesta quinta-feira, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, afirmou que foram aplicadas 4.216 multas, somando R$ 11,3 milhões em infrações. Ao todo, 37 manifestantes foram presos pela PRF, segundo Torres. No entanto, a própria Pasta havia informando na quarta-feira que as multas alcançaram R$ 18 milhões.
🚨🚨
Atualização das 10:00!@PRFBrasil nas estradas: 4500 policiais, 1700 viaturas e 8 aeronaves. 864 desobstruções já realizadas. 4216 multas aplicadas, em um total de R$ 11,3 milhões. 20 atuações da tropa de choque. 37 prisões. Restam 2 pontos de bloqueio e 137 de manifestação.— Anderson Torres (@andersongtorres) November 3, 2022
Apelo de Bolsonaro
Ainda na noite de quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro pediu que manifestantes desobstruam as rodovias. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o presidente afirma que “É preciso respeitar o direito de ir e vir das pessoas” e que os protestos em rodovias prejudicam a economia do país.
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“Nós temos que ter a cabeça no lugar. Os protestos, as manifestações são bem-vindos, fazem parte do jogo democrático. Ao longo dos anos muito disso foi feito pelo Brasil, na Esplanada, em Copacabana, na Paulista. Mas tem algo que não é legal: o fechamento de rodovias pelo Brasil prejudica o direito de ir e vir das pessoas, está lá na Constituição”, disse Bolsonaro. “Desobstruam as rodovias, isso não faz parte das manifestações legítimas”, acrescentou.
Confira abaixo o vídeo de Jair Bolsonaro: