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SÃO PAULO – Uma das maiores empresas do mundo, a mineradora Vale (VALE3), tem visto suas ações afundarem nas últimas semanas. Apesar do papel ter chegado aos R$ 62,46 no final de setembro, alcançando seu maior patamar na história, hoje ele é negociado perto dos R$ 50 – queda aproximadamente 20%.
Só em novembro, as ações já caem 12,33%. Mas por que o papel está caindo tanto e como tranquilizar o investidor que tem Vale na carteira?
Em relatório, Karel Luketic, analista-chefe da XP Investimentos, explica que a queda das ações ocorre não por conta de mudanças nos fundamentos da companhia, mas porque houve queda do preço do produto que ela produz.
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Esse produto é o minério de ferro. Recentemente, ele tem enfrentado forte compressão nas margens das siderúrgicas chinesas e tem sido impactado pela grande volatilidade no preço das commodities. Só o petróleo, por exemplo, já acumula perdas de 30% nos últimos dois meses.
Embora não seja possível afirmar se – ou quando – as ações da companhia voltarão a subir, considerando que a guerra comercial na China pode afetar a demanda por minério e, consequentemente, mexer com a Vale no curto prazo, alguns motivos listados por Luketic podem ao menos acalmar aqueles que possuem a ação no portfólio.
Segundo o analista, apesar das commodities não estarem em seu melhor momento, o minério de ferro é o que tem tido o melhor desempenho e deve se manter a um preço sustentável ao longo do próximo ano. Desde agosto-setembro, ele acumula ganhos de 37% contra o petróleo, de 19% contra o cobre e de 18% contra o aço.
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Além disso, Luketic destaca que o preço vinha se mantendo próximo de US$ 75/tonelada desde outubro, “surpreendendo positivamente em um ambiente de risco alto nos mercados internacionais durante o mesmo período e acima do que o consenso antevia para o quarto trimestre”.
Sim, o preço caiu e consequentemente afetou as ações da Vale, mas para Luketic, o nível atual ainda é muito sustentável, visto que está em linha com o preço estimado para 2019 e com um balanço de oferta e demanda bastante equilibrada.
O analista destaca ainda que as ações da Vale já vinham refletindo um ambiente de risco global mais alto e caíram forte desde a máxima vista em outubro (de certa forma antevendo uma queda no preço do minério). “Apesar da potencial volatilidade no curto prazo, acreditamos que isso já esteja bem refletido após a recente queda”, afirma.
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Na opinião de Luketic, a empresa está em um momento operacional muito bom e deve continuar surpreendendo nos próximos anos.
Vale lembrar que a companhia deve acelerar o pagamento de dividendos a partir de 2019, entrando no que os analistas consideram como “o maior ciclo de dividendos da história da companhia”. A equipe de research da XP, por exemplo, estima um potencial da empresa pagar um yield de dividendo próximo a 10%.
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Ainda segundo o analista-chefe da XP, as ações estão negociando a múltiplos atrativos: 5x Ebitda (Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, na sigla em inglês), abaixo da média histórica de 6x.