Copa do Mundo além do futebol: qual a visão de business podemos tirar do evento?

Entenda todo o investimento que faz a Copa do Mundo ser muito mais do que um evento esportivo

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Começou a 22° edição da Copa do Mundo de Futebol, um dos eventos esportivos mais aguardados pelos amantes de esportes, mas também por grandes empresas que enxergam na Copa uma grande oportunidade de expor suas marcas para um grande público.

Além disso, precisamos falar também sobre o investimento do próprio Catar para o evento, que ultrapassou os US$220 bilhões, sendo a Copa mais cara da história. Mas e aí, será que é possível tirar ROI em algo dessa magnitude?

Bom, para entender isso, é necessário olhar para o evento indo muito além do futebol. Afinal, quais estratégias de marketing, marketing digital e business permeiam a Copa do Mundo? Vou te contar um pouco mais da visão de negócio que podemos aprender com um dos maiores eventos esportivos do planeta.

Como tirar ROI de um evento de US$220 bilhões?

Esse é o desafio do Catar. O país fez investimentos astronômicos para o desenvolvimento da Copa do Mundo.

Para se ter uma noção, o valor é 20 vezes maior que a copa de 2018, realizada na Rússia, como podemos ver na ilustração abaixo. No entanto, por que um país investiria tanto em um evento ao qual não possui nenhuma tradição?

Simples. Não é pelo futebol e sim pela economia. A construção dos estádios representa apenas 5% do investimento do país, totalizando US$ 11 bilhões.

Ou seja, os outros US$209 bilhões foram alocados em infraestrutura, como hotéis, aeroportos, estradas e metrô. Os investimentos fazem parte de um plano de desenvolvimento econômico do Catar até 2030, que tem como principais objetivos:

Obviamente, o país não vai conseguir um ROI direto, ou seja, se pagar ainda durante o evento. A expectativa é que os lucros fiquem abaixo de US$10 bilhões.

No entanto, o foco de tudo isso é o longo prazo, abrindo as portas do país para o mundo e se colocando como vitrine para a população mundial.

Mas fora o investimento do país, quem está investindo na Copa do Mundo?

Só para essa edição da Copa do Mundo, segundo a SpotValue, a FIFA recebeu  mais de US$ 1,7 bilhão em acordos publicitários. Entretanto, para o evento são esperados cerca de US$ 6,2 bilhões para a organização, sendo US$ 3,1 bi só da receita com direitos de transmissão e US$ 1,4 bi com a venda de ingressos, camarotes e venda de produtos.

Entretanto, ao se tratar do investimento publicitário, é importante entender que a FIFA trabalha com três tipos de cotas: patrocinadores FIFA, patrocinadores oficiais da edição e apoiadores regionais.

Patrocinadores FIFA

Os patrocinadores FIFA são os considerados mais “valiosos”, afinal, garantem uma parceria com a entidade que vai além da copa, ou seja, para todos os eventos em que a organização está envolvida.

O seleto grupo de patrocinadores nessa cota são:

Vale ressaltar que os contratos de patrocínio são mais longos e cobrem múltiplos eventos, entretanto, é possível fazer um levantamento referente ao ano de 2022, segundo estimativas da GlobalData obtidas pelo site britânico de notícias de negócios Raconteur:

Patrocinadores Oficiais da Edição

Nessa categoria estão as marcas dispostas a pagar entre US$ 35 milhões e US$ 50 milhões por participação. Para a edição da copa no Catar, as empresas dentro da cota são:

Vale destacar que empresas como a Vivo (fabricante chinesa de celulares), Mengniu, McDonald’s e Budweiser possuem contratos que vão além deste evento com a FIFA. Assim, os valores apresentados são somente para 2022.

Patrocinadores Regionais

Esse modelo permite que as marcas ativem a copa regionalmente. Assim, foram criadas 20 cotas, quatro para cada parte do mundo, segundo uma divisão criada pela entidade.

Os valores para cada companhia ficam entre US$ 15 a 20 milhões, e das 20 cotas apenas 12 foram comercializadas. As empresas, por região, que estão investindo nesse modelo para a Copa do Catar são:

América Latina

Europa

● Algorand.

América do Norte e Central

África e Oriente Médio:

Ásia-Pacífico

Por que as marcas investem nesse tipo de evento?

Uma empresa que investe milhões de dólares em um evento só pode estar esperando um resultado: potencializar a visualização da sua marca, e por consequência, vender mais. E o que é melhor do que um evento em escala mundial para isso?

Para você ter noção, a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, teve uma audiência recorde de mais de 3,5 bilhões de pessoas. Além disso, só a final entre França e Croácia atraiu 1,12 bilhão de telespectadores.

Agora, só no jogo de abertura para 2022, entre Catar e Equador, de acordo com dados prévios da Pesquisa Nacional de Tráfego (PNT), a audiência da Globo mais do que dobrou no país. A média de audiência foi de 26 pontos, valor que é 136% acima da média para o horário da partida, sendo 15 pontos a mais do que o normal para o período.

E o que isso quer dizer? Simples, que se você está buscando uma forma de fazer a sua marca ser vista, não é só investir em marketing, mas investir de forma assertiva, no lugar em que todas as atenções estão voltadas em um determinado momento.

Você ainda acha que a Copa do Mundo é só sobre futebol? Welcome to the hard business world.

Texto: Dener Lippert

CEO e fundador da V4 Company, maior rede de assessoria de marketing digital do país, autor do best-seller “Cientista do Marketing” e colunista do InfoMoney. Dener tem apenas 27 anos, mas já figura entre os principais empreendedores do país: está na lista da Forbes Under 30 de 2021, fundou a V4 Company com apenas 18 anos (na cozinha da casa de sua mãe) e hoje já tem mais de 150 franquias em todo o país, com uma base de 2 mil clientes ativos. Já passaram pelo portfólio da marca empresas como Dell, Melissa, Wizard, Spotify, Lojas Lebes, Colchões Ortobom, Mobills, Wise Up e Smart Fit. Recentemente a V4 Company anunciou sociedade com o Grupo Dreamers, holding detentora de 16 marcas, entre elas Artplan e Rock In Rio. Dener Lippert também é host do ROI Hunters, podcast de marketing do InfoMoney com foco em assuntos ligados a growth, marketing digital e business.

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

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