Democrata Warnock e republicano Walker disputam em 2° turno última cadeira do Senado

Partido de Joe Biden tenta reforçar maioria na Casa e ganhar mais agilidade em votações importantes; republicanos vão controlar a Câmara

Roberto de Lira

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O atual senador democrata Raphael G. Warnock e o republicano e ex-astro de futebol americano Herschel Walker disputam nesta terça-feira em segundo turno a última cadeira disponível no Senado nas eleições de meio de mandato (“midterms”), no estado da Geórgia. Na primeira rodada do confronto, em 8 de novembro, Warnock levou a melhor, mas como não atingiu 50% mais um dos votos, a legislação exige outra votação.

A disputa já não vale o comando do Senado em votações cruciais porque o Partido Democrata conquistou em novembro vitórias suficientes para manter as 50 cadeiras necessárias. Mesmo que o partido sofra uma derrota na Georgia, os republicanos empatariam em 50 assentos e a vice-presidente Kamala Harris então desempataria qualquer votação dividida a favor da administração de Joe Biden.

Mas uma vantagem mais folgada daria com um 51° senador aos democratas mais agilidade na aprovação e leis. Nos últimos anos, o partido controlou a casa formalmente, mas teve de fazer concessões em legislações tributárias e climáticas devido a posições mais centristas dos senadores Joe Manchin (Virgínia Ocidental) e Kyrsten Sinema (Arizona). Também se espera mais liberdade para a aprovação de indicados pata tribunais, devido à natural maioria nas comissões.

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Isso tende a ser importante para a administração Biden, uma vez que os republicanos assumiram o controle da Câmara e ameaçam com investigações e obstruções na discussões de leis importantes para a segunda metade da gestão de Biden.

Casa Branca

Uma vitória para qualquer dos lados também pode pender a balança de um estado dividido na disputa presidencial em 2024. Donald Trump, que já se lançou como pleiteante na disputa participou ativamente da campanha no primeiro turno, mas alguns especialistas disseram que isso foi ruim para o partido. Tanto que o governador republicano Brian Kemp ficou estrategicamente fora da campanha enquanto tentava sua reeleição em novembro, só voltando a demonstrar apoio agora.

Biden também já externou o interesse em colocar seu nome novamente na cédula em 2024, mas enfrenta índices ruins de aprovação, especialmente devido à alta taxa de inflação. Uma pesquisa do centro Lowell da Universidade de Massachusetts divulgada nesta semana mostrou Biden à frente de Trump, mas atrás do governador da Flórida Ron DeSantis, uma estrela ascendente entre os republicanos.

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Para disputa da Geórgia, as pesquisa têm mostrado que o democrata Warnock lidera com uma vantagem entre 2 e 5 pontos à frente de Walker. No primeiro turno, o atual senador venceu em áreas urbanas e suburbanas, mas o republicano teve mais votos na regiões rurais.

Na noite de sexta-feira (2), último dia de votação antecipada, 1,85 milhão de residentes da Geórgia haviam votado pessoalmente ou pelo correio, o equivalente a 26% dos eleitores ativos do estado.