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(ANSA) – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou nesta quinta-feira (5) um cessar-fogo nos ataques na Ucrânia entre às 12h do dia 6 de janeiro e à meia-noite do dia 7 por conta do Natal ortodoxo.
“Visto o apelo de Sua Santidade, o patriarca Cirilo, indico ao Ministro da Defesa da Federação Russa a introdução de um regime de cessar-fogo longo”, diz a nota republicada pelas agências de notícias estatais do país.
A referência é sobre um apelo feito pelo primaz da Igreja Ortodoxa Russa pela cessão dos ataque para que “todos os ortodoxos” pudessem participar das celebrações da véspera e do Natal no país e nas áreas ocupadas por tropas russas na Ucrânia.
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Depois do anúncio de Putin, o Kremlin pediu para que Kiev “respeite” o cessar-fogo “considerando que um grande número de cidadãos da fé ortodoxa vivem nas áreas de combate”.
No entanto, o principal conselheiro da Presidência da Ucrânia, Mikhailo Podolyak, havia afirmado, logo após a manifestação de Cirilo, que o pedido para uma trégua na guerra é uma “armadilha cínica” de Moscou.
“A igreja não é uma autoridade dentro do mundo ortodoxo e age apenas como uma máquina de propaganda de guerra”, afirmou o representante.
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A referência é por conta do fato de que a data de 6 e 7 de janeiro para as celebrações da véspera e do Natal não ser seguida por todas as denominações ortodoxas no mundo.
Já após o anúncio de Putin, Podolyak pediu para que os russos “mantenham a hipocrisia para si mesmos”. “Primeiro. A Ucrânia não ataca um território estrangeiro e não mata civis como a FR [Federação Russa] faz. Ucrânia destrói apenas membros da ocupação armada em seu território. Segundo. FR deve deixar os territórios ocupados – só então haverá uma trégua temporária”, pontuou.
Além disso, o pedido para parar os ataques ocorre em um momento frágil da Rússia no conflito. Há menos de uma semana, no dia 31 de dezembro à noite, um ataque de Kiev matou muitos soldados do país em um acampamento em Makiivka, uma cidade da região de Donetsk.
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Enquanto Moscou fala em 89 mortes de soldados, os ucranianos citam mais de 800 vítimas. Natal ortodoxo A celebração dos ortodoxos ocorre em um dia diferente dos católicos por conta dos calendários seguidos pelas religiões.
Enquanto os comandados por Roma fazem a festa nos dias 24 (véspera) e 25 de dezembro (nascimento de Cristo) seguindo o calendário gregoriano, imposto em 1582 pelo Papa Gregório, diversas são as igrejas ortodoxas que usam o calendário juliano, criado em 45 a.C. pelo imperador romano Júlio César.
No entanto, cada instituição ortodoxa segue suas próprias determinações, com algumas delas celebrando o Natal em dezembro e outras em janeiro. (ANSA).