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A incerteza sobre a condução da política fiscal no novo governo e sobre a redução da taxa básica de juros, a Selic, têm deixado empresários inseguros sobre o melhor momento para fazer a oferta inicial de ações (IPO) de suas companhias.
No mercado financeiro, há quem aposte que este será um ano melhor para aberturas de capital e emissão de novas ações (follow-on), mas há quem adote um tom mais conservador e ache mais prudente adiar os planos para 2024.
Na visão de Marcelo Millen, líder de equity no mercado de capitais para a América Latina no Citi, o mercado brasileiro tem menos incertezas em 2023 do que tinha no ano passado e a janela para IPOs deve ocorrer entre março e abril.
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O especialista afirma que a agenda de follow-ons (emissões subsequentes de ações de empresas de capital aberto) deve continuar ativa, como já ocorreu no ano passado, e as empresas devem buscar uma diminuição do endividamento para evitar redução do lucro em razão do juro alto.
No varejo, a rede de produtos para animais de estimação Cobasi, principal concorrente da Petz, segue firme nos planos de expansão, com IPO e aquisições no radar. No fim de 2022, a empresa fechou negócio com a rede nordestina Mundo Pet e se tornou dona das 14 lojas da marca na região.
Paulo Nassar, seu presidente, afirmou, também no fim do ano passado, esperar uma melhora no mercado para dar o próximo passo da Cobasi. Procurada, a empresa diz não ter informações concretas sobre o IPO.
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Espera
Com a perspectiva de manutenção dos juros em patamar elevado no fim do ano e o maior apetite do investidor pela renda fixa, as estreias na Bolsa das empresas chamadas de crescimento (como as de tecnologia) podem ser adiadas, enquanto as pagadoras de dividendos podem ter um cenário menos desafiador.
“Fazer a oferta agora não seria atrativo, porque o desconto (nas ações) teria de ser muito grande para atrair o investidor”, diz Danielle Lopes, analista da Nord Research.
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Algumas empresas sondaram o mercado para fazer IPO, mas resolveram esperar. É o caso da Caramuru Alimentos, fundada em 1964, especializada em processar soja, milho, girassol e canola. A empresa, que fica em Goiás, diz que apesar de ter sondado a possibilidade de IPO em 2021, ano marcado pela taxa de juros abaixo da média histórica, não definiu uma estratégia para a abertura.
Outro nome que aguarda um cenário mais promissor é a Lupo. Em 2021, a fabricante de roupa íntima e artigos esportivos deu entrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com o pedido de registro do seu IPO. Na ocasião, a expectativa era captar cerca de R$ 1,5 bilhão, usar o dinheiro em caixa para financiar os planos de fusões e aquisições e bancar investimentos para crescer. Os planos não saíram do papel.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.