Totvs (TOTVS3): preocupação com empresa por causa da Americanas (AMER3) não tem justificativa, diz Credit Suisse; ação sobe quase 6%

De acordo com os analistas, a Totvs atualmente não oferece soluções de risco sacado para seus clientes.

Equipe InfoMoney

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Analistas do Credit Suisse não veem riscos para a Totvs (TOTS3) decorrentes do escândalo contábil envolvendo a Americanas (AMER3), principalmente relacionados ao mercado de ‘forfait’ (risco sacado) após o episódio da varejista de R$ 20 bilhões em inconsistências contábeis.

“A nosso ver, qualquer preocupação é injustificada do ponto de vista da Totvs”, afirmam Daniel Federle e Victor Ricciuti, conforme relatório desta terça-feira (17).

As ações do grupo de tecnologia avançaram 5,86%, a R$ 29,26, entre os melhores desempenhos do Ibovespa, que subiu 2,04% na sessão desta terça.

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O Credit Suisse tem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para as ações da Totvs, com preço-alvo de R$ 34 (potencial de valorização de 23% em relação ao fechamento da véspera).  Os analistas têm a ação como preferida do setor devido ao seu modelo de negócios não-cíclico, protegido contra a inflação e altamente lucrativo, vendo o papel como atrativo.

De acordo com os analistas, a Totvs atualmente não oferece soluções de risco sacado para seus clientes. Além disso, avaliam que perspectivas para as operações de financiamento com desconto de recebíveis não tenham sido afetadas de forma relevante pelo evento na Americanas.

Os papéis da Totvs, cabe ressaltar, registraram queda de mais de 5% nos últimos três pregões.

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A Americanas anunciou na semana passada inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões relacionados a operações de crédito a fornecedor, pedindo na sequência proteção contra credores.

De acordo com os analistas do banco suíço, o atual produto de fintech da Totvs é baseado em uma solução de cartões de crédito ‘white label’, que são emitidos para os clientes dos seus clientes.

A Totvs, acrescentam, assume o risco de crédito da operação – ou repassa para um FIDC – e recebe uma remuneração por isso de seus clientes – os vendedores – com base no valor e na duração de cada operação.

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O ‘forfait‘, explicam, é uma das diversas modalidades de operações de financiamento baseadas na antecipação de recebíveis. Quando um fornecedor vende mercadorias para um cliente, ele emite uma fatura a ser paga em alguns dias. É possível que esse fornecedor vá até uma instituição financeira e antecipe tal arrecadação.

A instituição financeira cobrará uma taxa por isso por meio de um desconto no valor de face da fatura – com base no risco de crédito e na duração.

Quando o fornecedor estiver antecipando recebíveis relacionados a uma única grande corporação, acrescentam, a operação provavelmente será realizada como ‘forfait’ com o risco associado à pontuação de crédito do comprador – risco sacado.

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Quando o fornecedor estiver antecipando recebíveis de compradores menores, complementam os analistas, provavelmente será realizada como uma operação de ‘factoring’ com o risco associado à pontuação do fornecedor (risco cedente).

A equipe do Credit Suisse também destacou que a Totvs está trabalhando em novos produtos de fintech que contemplam diversos tipos de operações de financiamento envolvendo a antecipação de recebíveis – inclusive ‘forfait’.

Os novos produtos, segundo os analistas, devem ser desenvolvidos dentro da joint venture com o Itaú Unibanco (ITUB4). Eles afirmaram que suas estimativas para a divisão de fintech consideram apenas os produtos existentes e que o lançamento de novos produtos de crédito – como soluções de ‘forfait’ – implica um ‘upside’ significativo para as projeções.

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(com Reuters)