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A renda fixa deu um show no mercado financeiro em 2022, de acordo com levantamento da Anbima, Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. “A renda fixa alcançou o recorde da sua série histórica, desde 2012. Mesmo com um cenário de juros mais altos no exterior, guerra na Ucrânia e eleições presidenciais no Brasil, entre outros fatores, o mercado doméstico mostrou maturidade”, afirma José Eduardo Laloni, vice-presidente da ANBIMA
No ano passado, as empresas brasileiras captaram R$ 544 bilhões no mercado de capitais doméstico. O número representa uma queda de 10,9%, em comparação a 2021. Porém, desse total, a renda fixa é responsável por R$ 457 bilhões – uma alta de 6,6% com relação ao ano anterior. Já a renda variável, o ‘patinho feio’ do período, registrou captação de R$ 55 bilhões, com uma queda de 57%, e os chamados híbridos (diferentes títulos), R$ 32 bilhões, em um recuo de 40,4% na comparação de 2022/2021. “O ano passado foi muito desafiador para a renda variável”, justifica Laloni.
De acordo com o levantamento da Anbima, os CRAs (Certificados de Recebimento do Agronegócio) tiveram o maior destaque no período, com alta de 62,4% em captação e os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) seguem o movimento, com crescimento de 48,5%. “Os setores imobiliário e agrícola são de extrema importância para a economia. Podemos ver o mercado de capitais cada vez mais financiando ambos, que, historicamente, tiveram o apoio grande do financiamento público”, ressalta Laloni, sobre CRIs e CRAs.
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Já as debêntures apresentam resultado positivo de 8,2%, enquanto notas promissórias (-78%), ações (-57%), FIIs, Fundos Investimento Imobiliários (-52,7%), e FIDCs, Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (-49,9%) apresentaram queda.
Debêntures
As debêntures também brilharam em 2022, liderando as captações, com um total de R$ 271 bilhões. Logo depois aparecem os CRIs, com R$ 50,3 bilhões, os FIDCs, com R$ 46,2 bilhões e notas comerciais, R$ 43,2 bilhões, CRAs, R$ 40,8 bilhões, FIIs, R$ 24,7 bilhões, Fiagros, R$ 7,1 bilhões e notas promissórias, com R$ 5,3 bilhões. “As debêntures tiveram o maior volume da série histórica”, diz Guilherme Maranhão, vice-presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima.
Os R$ 271 bilhões foram captados em 465 emissões de debêntures; 98 delas tiveram valor acima de R$ 1 bilhão. O prazo médio das captações foi de 6,3 anos. O setor de energia elétrica liderou as emissões de debêntures no ano passado, com R$ 54 bilhões.
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No mercado secundário de debêntures, o volume aumentou 27% em relação a 2021 e o crescimento no total de negociações foi de 37,4%.