Binance registra US$ 65 bi em transações diárias em 2022, o dobro da Visa

Números divulgados pela exchange, no entanto, não são auditados

Lucas Gabriel Marins

(Vadim Artyukhin/Unsplash)
(Vadim Artyukhin/Unsplash)

Publicidade

A Binance, maior exchange cripto do mundo por volume negociado, registrou uma média diária de US$ 65 bilhões em transações em 2022, segundo relatório anual divulgado pela empresa na manhã desta sexta-feira (20).

O montante é quase o dobro dos US$ 32,2 bilhões processados na rede Visa no ano fiscal de 2022, finalizado no dia 30 de setembro, de acordo com dados do relatório anual da multinacional de serviços financeiros.

No documento, a gigante do setor de criptoativos também revelou ter atingido 128 milhões de usuários ativos no período. No mercado cripto, um usuário é considerado ativo quando realiza alguma transação na blockchain.

Continua depois da publicidade

Para efeito de comparação, o Bradesco e o Itaú, dois dos maiores bancos privados do Brasil, tinham 101,8 milhões e 95,5 milhões de clientes, respectivamente, no final do ano passado, segundo ranking divulgado pelo UBS Group na época.

A corretora cripto também mencionou no relatório que registrou 300 bilhões de transações no mercado spot (à vista) e US$ 48 bilhões em operações no Binance Pay, ferramenta para pagamento com criptomoedas.

Disse ainda que registrou 14 milhões de usuários no Binance P2P – plataforma que permite transações entre os próprios usuários, sem intermediários – e mais de 600 mil usuários semanais de tokens não fungíveis (NFTs).

Continua depois da publicidade

Apesar dos dados positivos, vale lembrar que os números repassados pela exchange não são auditados. No final do ano passado, em meio à crise de confiança gerada pela falência da FTX, a empresa de consultoria Mazars chegou a firmar parceria com a corretora especificamente para comprovar as reservas do negócio.

Leia mais:

Poucos dias depois de divulgar um relatório, no entanto, a empresa retirou o documento do ar e interrompeu todo o trabalho com a Binance e com outras empresas criptos, alegando “preocupações sobre a forma como esses relatórios são entendidos pelo público”.

Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney