IPCA-15, PIB dos EUA, balanços de Microsoft, Tesla e Cielo: o que acompanhar na semana

Tudo o que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Mitchel Diniz

Logotipo da Tesla (Foto: REUTERS/Tyrone Siu)
Logotipo da Tesla (Foto: REUTERS/Tyrone Siu)

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A última semana cheia de janeiro traz uma agenda carregada de indicadores, sobretudo nos Estados Unidos. Aqui no Brasil, onde dados inflacionários são o principal destaque, os investidores devem continuar repercutindo o noticiário político. Com o término do Fórum Econômico Mundial, em Davos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, retorna ao país e a expectativa é que assuntos relacionados ao pacote de ajuste fiscal e a reforma tributária voltem a dominar as manchetes.

“Após as declarações do presidente Lula sobre o Banco Central e a meta de inflação, os mercados vão continuar focados, especialmente, em assuntos relacionados ao tema”, escreveu Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú. Na semana passada, Lula criticou a independência do BC e disse que a meta de inflação deveria ser revisada para cima.

“Nas próximas semanas, o governo vai precisar apontar um novo diretor de política monetária, dado que Bruno Serra provavelmente deixará o cargo em fevereiro”, acrescentou Mesquita.

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Na agenda de indicadores econômicos, o principal destaque é a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA-15 referente a janeiro. O dado vai ser divulgado na terça-feira (24).

“A desaceleração para uma alta de 0,52% deve refletir uma menor pressão de preços administrados (combustíveis e energia). Serviços devem ficar de lado, levando a acomodação dos núcleos”, projeta o Bradesco.

Esperamos um crescimento mensal de 0,48%, levando a taxa anual para 5,8% (de 5,9% em dezembro. A leitura vai ser pressionada por bens industriais (especialmente itens de higiene e vestuário) e alimentação em casa (especialmente in natura). Por outro lado, a inflação do núcleo de serviços deve continuar mostrando algum alívio na margem”, prevê o Itaú.

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Na quinta-feira (26), tem a divulgação das contas externas pelo Banco Central. Para o balanço de pagamentos, o Itaú calcula déficit corrente de US$ 6,4 bilhões no mês de dezembro, menor que os US$ 7,7 bilhões negativos registrados um ano antes. Para a balança comercial, o banco prevê superávit de US$ 3,5 bilhões.

PIB dos Estados Unidos e balanços das big techs

Os Estados Unidos começam a semana mais próximos de uma crise fiscal. A expectativa é que o país atinja, na quinta-feira (26), o teto da dívida de US$ 31,4 trilhões. Na teoria, quando o limite do endividamento é o alcançado, o governo não teria mais permissão para tomar empréstimos. O Congresso precisa suspender ou alterar o valor do teto, mas há um impasse entre os republicanos, que controlam a Câmara dos Deputados, e os democratas de Joe Biden.

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Também na quinta-feira, o mercado vai conhecer a primeira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) americano no quarto trimestre de 2022. O consenso Refinitiv aponta para um crescimento de 2,6%. Caso o número se confirme, significa que a economia dos EUA continuou crescendo mesmo sob o efeito de juros mais altos para conter a escalada da inflação.

Além disso, os investidores vão acompanhar a divulgação dos índices de gerenes de compras (PMI) do setor industrial e de serviços – e se houve alguma melhora nesses números.

A temporada de balanços corporativos ganha fôlego e, depois dos bancos, o foco passa para as grandes empresas de tecnologia.

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A Netflix divulgou seus resultados na última quinta-feira, apresentando uma queda de 90% nos lucros, mas um crescimento no número de assinantes que veio acima do esperado. A próxima “big tech” da temporada de balanços é a Microsoft. Os resultados do segundo trimestre fiscal da empresa fundada por Bill Gates serão apresentados na terça-feira (24).Na semana passada, a companhia anunciou o corte de 10 mil funcionários, justificando um cenário de adversidades e um ajuste de estrategia.

Na quarta-feira (25), é a vez dos resultados da Tesla. A expectativa é de crescimento para os lucros da fabricante de carros elétricos de Elon Musk no período.

Chevron, Visa e American Express são outros destaques do calendário de balanços nos Estados Unidos ao longo da semana. Aqui no Brasil, a temporada de resultados começa oficialmente na quinta-feira, com a divulgação dos números da Cielo (CIEL3).

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados