Custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo sobe 6,3% em 2022, aponta FecomercioSP

Volta da cobrança de impostos federais dos combustíveis, a partir de março, deve afetar o bolso dos consumidores, alerta entidade

Estadão Conteúdo

Ilustração sobre contas a pagar
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O indicador de Custo de Vida por Classe Social (CVCS) da Região Metropolitana de São Paulo subiu 6,3% em 2022, informou a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (FecomercioSP). O resultado foi inferior ao registrado em 2021, quando o avanço foi de 10,02%.

Em 2022, de acordo com a entidade, não houve discrepâncias significativas entre as faixas de renda. A variação acumulada foi de 6,06% na classe C, de 6,53% na E e de 6,99% na A. Entre os nove grupos pesquisados pelo levantamento, vestuário e saúde apresentaram os maiores aumentos no ano, de 16,69% e 11,97%.

O avanço de vestuário impactou de forma homogênea as faixas de renda, diante do disparo nos custos de insumos — como malhas, algodão e poliéster — e nos custos do frete internacional, além do aumento da demanda provocado pela reabertura pós-pandemia. Os itens com maior influência dentro do grupo foram vestidos (41,67%), calças compridas femininas (28,5%) e infantis (24,38%).

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Na saúde, por outro lado, a pressão foi maior para a classe E (14,3%) do que para a A (10,84%). De forma geral, os produtos de higiene e beleza ficaram 19,9% mais caros, com destaque para sabonete (31,69%), enquanto os preços de produtos farmacêuticos cresceram 12,93%, com destaque para analgésicos e antitérmicos (17,27%).

Ainda de acordo com a entidade, o Índice de Preços do Varejo (IPV) acumulou alta de 7,08% em 2022 e o Índice de Preços dos Serviços (IPS), de 5,44%.

Para a FecomercioSP, a tendência é que o custo de vida recue em 2023. “Problemas mais estruturais, como a guerra na Ucrânia, estão, de certa forma, sanados; enquanto os pontuais, como as chuvas em excesso ou a estiagem, impactam diretamente os preços dos alimentos”, diz, em relatório. “A volta da cobrança dos impostos federais dos combustíveis, a partir de março, deve afetar o bolso dos consumidores, portanto, uma inflação mais moderada pode manter o poder de compra das famílias, principalmente com a recuperação no mercado de trabalho.”