Americanas (AMER3) pede extensão nos EUA dos efeitos da recuperação judicial no Brasil

Movimento busca estender para os ativos nos EUA os efeitos protetivos do processo anunciado na semana passada e já aprovado no Brasil

Equipe InfoMoney

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*Correção: ao contrário do informado anteriormente pela Reuters, a companhia não pediu recuperação judicial nos EUA, e sim uma extensão nos EUA dos efeitos da recuperação judicial no Brasil. A matéria foi corrigida com a informação. 

A Americanas (AMER3) pediu nesta quarta-feira (25) nos Estados Unidos uma extensão dos efeitos de proteção assegurados em seu processo de recuperação judicial no Brasil, em um processo conhecido como “Chapter 15”, de acordo com um documento judicial.

Segundo o documento, “os diretores aprovaram, por unanimidade, a apresentação do pedido de recuperação judicial da Companhia nos Estados Unidos da América (Chapter 15), estendendo os efeitos –incluindo também a proteção oferecida– da recuperação judicial da Companhia e das suas subsidiárias… perante a 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro…, conforme aplicável, aos Estados Unidos da América”.

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A companhia informou que o documento não representa um pedido de recuperação judicial naquele país.

“A Americanas informa que pediu extensão aos Estados Unidos dos efeitos de proteção (notadamente a suspensão de pagamentos a credores) assegurados em seu processo de recuperação judicial no Brasil, o que é chamado de Chapter 15. A companhia reitera que não entrou com pedido de recuperação naquele país”, destacou a empresa em nota.

A varejista teve o pedido de recuperação judicial no Brasil aceito pela Justiça do Rio de Janeiro no último dia 19, com a companhia citando dívidas de cerca de R$ 43 bilhões. O pedido foi feito por aqui oito dias após a empresa ter revelado um rombo contábil de R$ 20 bilhões, em um dos maiores escândalos corporativos da história do Brasil. Já nesta quarta, a companhia divulgou sua lista de credores com quase 8 mil nomes e dívidas de R$ 41,2 bilhões.

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No documento pedindo a recuperação, a varejista citou a piora nas conversas com credores e fornecedores, a consequente redução na posição de caixa e a necessidade de manter a operação como motivos para o pedido, o quarto maior da história no país.

O pedido de recuperação judicial inclui as empresas B2W, JSM Global e ST Importações, deixando de fora a fintech Ame, que vinha recebendo forte impulso do ecossistema de lojas físicas e online do grupo.

O pedido de recuperação judicial põe Americanas, com cerca de 40 mil empregados e 3.600 lojas físicas, entre as maiores ‘RJs’ do país. O grupo das maiores operações do tipo no país inclui Odebrecht, com R$ 98,5 bilhões em dívidas em 2019; Oi, com R$ 65,4 bilhões em 2016; e Samarco (R$ 50 bilhões) em 2021.

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(com Reuters)