Tesouro Direto: depois do título para aposentadoria, vem aí novo papel destinado à poupança para faculdade

Segundo secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, título público para custear ciclo estudantil está em desenvolvimento e pode ser ainda mais popular

Neide Martingo

Lançamento do título público Tesouro RendA+ na B3 (Foto: Neide Martingo)
Lançamento do título público Tesouro RendA+ na B3 (Foto: Neide Martingo)

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O Tesouro RendA+, título público voltado à aposentadoria disponível a partir desta segunda-feira (30) no Tesouro Direto, foi só o começo. O Tesouro Nacional, que não lançava produtos desde 2002, prevê mais novidades para este ano.

De acordo com o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, que esteve na B3 para o lançamento oficial do Tesouro RendA+, está sendo desenvolvido um título público voltado ao ciclo estudantil, para custear os estudos no período universitário. “Uma poupança que pode ajudar a pagar a universidade e as despesas dessa fase. O produto será ainda mais popular”, detalhou Ceron.

“A criança nasce e a conta já pode ser criada pelos pais ou demais familiares. E depois tem a amortização, só que não em vinte anos, como é o título de aposentadoria, e sim num período curto, de quatro anos, cinco anos”, disse. “Trata-se de um produto similar ao Tesouro RendA+, só é necessário customizá-lo”.

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Desta forma, o ativo poderá oferecer também a reposição da inflação e um prêmio, tal e qual o novo título para aposentadoria.

O secretário lembra que o Tesouro Direto pode ser utilizado de forma segura, com praticidade, e o investidor não precisa pagar altas taxas de administração. O secretário diz que o crescimento do número de investidores é mais importante do que o volume investido. A expectativa é de que três milhões de pessoas sejam potenciais investidores.

“Queremos tornar o Tesouro Direto tão popular quanto a poupança”, afirma Ceron.

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Tesouro RendA+

O título público de aposentadoria lançado nesta segunda tem uma estrutura que permitirá ao investidor simplificar o planejamento da aposentadoria. O Tesouro RendA+, como foi batizado, pode ser vantajoso pela facilidade e pelo baixo risco. São papéis que garantem ao investidor uma taxa de juros mais a variação da inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

O Tesouro RendA+ estreou oferecendo taxas de pelo menos 6,43% ao ano. Atualmente, dois milhões de pessoas investem em títulos públicos pelo Tesouro Direto. O valor médio das operações é de R$ 6,3 mil.

O governo criou o novo título público voltado especialmente para funcionar como uma renda adicional à aposentadoria. O valor máximo de benefício pago pelo INSS aos aposentados é de pouco mais de R$ 7 mil atualmente. Desta forma, o papel pode ser bastante útil ao investidor que quer manter, na velhice, o padrão de vida atual. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 46% dos aposentados dizem que o valor da aposentadoria não é o suficiente para pagar as contas e despesas pessoais.

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Com o Tesouro RendA+, o investidor pode planejar uma data para aposentadoria, garantindo o recebimento de uma renda extra pelo período de 20 anos seguintes. Há possibilidades de investimento para até 40 anos de acumulação, sempre seguidos por mais 20 anos de fluxo de renda mensal. Qualquer investidor poderá investir no novo título, com o pagamento sendo até por Pix, pela plataforma PagTesouro.

O Tesouro RendA+ prevê duas “fases”: uma de acumulação e outra de recebimento de renda. O valor investido será sempre devolvido em 240 prestações mensais – ou 20 anos – que amortizam todo o fluxo investido no período de acumulação.

Assim, se a data planejada pelo investidor para sua aposentadoria for 2060, por exemplo, ele deverá comprar títulos Tesouro RendA+ com esse prazo de vencimento. Quando o vencimento do título chegar, o investidor passará a receber uma renda mensal até 2080.

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Títulos “verdes”

Ceron disse ainda que outra novidade, que pode ser lançada também ainda em 2023, é um título público ligado à agenda ESG (ambiental, social e governança). “Estamos interessados em fazer uma emissão externa. Isso pode fomentar grupos privados brasileiros a acessarem esse mercado internacional. E eles usariam a taxa do Tesouro como referência para as suas emissões. Estudos mostram que, após a emissão soberana, vêm vários outros. O mercado é aberto e cria referência para que possam captar recursos”. Seria um caminho importante para as empresas de porte médio.

Neide Martingo

Jornalista especializada em Economia, Finanças e Negócios, trabalhou em veículos como Valor Investe, Diário do Comércio e Gazeta Mercantil e escreve sobre Renda Fixa no InfoMoney