Lula indica possíveis novos afastamentos no governo: “A gente tem que tirar bolsonarista escondido”

Em evento que marca retomada do Minha Casa, Minha Vida, presidente faz aceno a prefeitos de municípios menores

Luís Filipe Pereira

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira (14), que apoiadores radicais de Jair Bolsonaro (PL) que ocupam cargos na administração federal devem ser afastados nas próximas semanas. A declaração foi feita durante discurso em Santo Amaro, região do Recôncavo Baiano, onde o presidente assinou Medida Provisória que retoma o programa Minha Casa, Minha Vida.

“A gente ainda nem conseguiu as equipes que a gente tem que montar. A gente tem que tirar bolsonarista escondido ainda, aquela gente que está infiltrada no nosso governo”, destacou o presidente, indicando que o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), seguirá em busca de informações sobre opositores mais radicais que se mantêm no governo.

Na semana passada, em entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da CNN, Lula havia comentado sobre apoiadores de Jair Bolsonaro que seguem em algum posto governamental fora do país.

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“Nós detectamos gente recebendo salário em Miami, em Lisboa e em Paris. Pessoas ligadas a ele [Bolsonaro] que se colocaram em algum conselho e estão trabalhando em nome do Estado brasileiro”, explicou.

Recentemente, foram publicadas no Diário Oficial da União as nomeações de 121 militares para postos no Gabinete de Sergurança Institucional (GSI), indicando um movimento de renovação de quadros na pasta, após o afastamento de militares que cumpriam funções em Brasília e no escritório do Rio de Janeiro. Com os atos golpistas de 8 de janeiro, o presidente manifestou publicamente desconfiança quanto à segurança do Palácio do Planalto no dia da invasão.

No evento desta terça-feira, Lula também fez um aceno aos prefeitos de municípios menores, e disse que manterá a interlocução com propósito de reduzir as desigualdades entre as cidades de diferentes regiões do país.

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“Nós não esqueceremos de vocês [prefeitos] na nossa administração. Não é possível a gente imaginar um país rico com cidades que sejam pobres. Não é possível um presidente governar sem ouvir os prefeitos”, sublinhou, ao lado da prefeita de Santo Amaro, Alessandra Gomes (PSD-BA).

A solenidade no Recôncavo Baiano também marcou a entrega de moradias no município. Nesta terça, também foram entregues residências em Lauro de Freitas (BA), Contagem (MG), Aparecida de Goiânia (GO) e João Pessoa (PB).

As construções foram retomadas nos últimos 45 dias. Segundo o governo federal, os imóveis estavam com 96% das obras concluídas desde 2016.