Confiança do consumidor cai 1,3 ponto em fevereiro, segundo FGV/Ibre

A queda da confiança no mês foi influenciada pela piora das avaliações tanto sobre o momento como das perspectivas para os próximos meses

Roberto de Lira

(Shutterstock)
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O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), calculado pela FGV/Ibre, caiu 1,3 ponto em fevereiro, para 84,5 pontos, menor nível desde agosto de 2022, quanto atingiu 83,6 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu pelo terceiro mês consecutivo, ao recuar 0,3 ponto, para 86,1 pontos.

Em fevereiro, a queda da confiança foi influenciada pela piora das avaliações tanto sobre o momento como das perspectivas para os próximos meses.

O Índice de Situação Atual (ISA) recuou 1,8 ponto, para 69,3 pontos, o pior resultado desde maio de 2022 (69,1 pontos), enquanto o Índice de Expectativas (IE) cedeu pelo segundo mês consecutivo ao cair 0,9 ponto, para 95,8 pontos.

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Entre os itens que compõem o ICC, o indicador que mede a percepção sobre a situação financeira das famílias foi o que mais influenciou a queda no mês, ao cair 5,6 pontos, para 58,8 pontos, no pior resultado desde março de 2022 (56,9 pontos).

Em contrapartida, houve ligeira melhora das avaliações sobre a situação econômica, o indicador subiu 2,0 pontos, para 80,3 pontos – mas é feita a ressalva que ambos se mantêm distantes do nível neutro.

Com relação às expectativas, houve queda da intenção de compras e das perspectivas sobre economia. O indicador que mede o ímpeto de consumo de bens duráveis caiu 2,7 pontos, para 76,9 pontos, o menor desde julho de 2022 (67,7 pontos).

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O indicador que mede o otimismo em relação a situação econômica recuou 1,2 ponto para 112,2 pontos.

Na análise por faixa de rendas, houve perda de confiança em todos os níveis de renda exceto para as famílias com maior poder aquisitivo (acima de R$ 9.600) influenciada pelas expectativas. Apesar da alta, todas permanecem abaixo do nível de 90 pontos.

Segundo Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens, há uma percepção de piora da situação atual, que é mais percebida pelas famílias de menor poder aquisitivo. “As perspectivas ainda são cautelosas, apesar dos consumidores ainda serem otimistas em relação ao mercado de trabalho, o que parece ter sustentado as perspectivas sobre economia e emprego com indicadores acima dos 100 pontos”, comenta em nota.

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Para ela, o contexto econômico das famílias se altera pouco. “Maior endividamento, taxas de juros elevadas, desaceleração da atividade econômica e a elevada incerteza devem manter a confiança em patamares baixos em 2023”, prevê.