Aumento da mistura de biodiesel ao diesel encarece frete e aumenta poluição, aponta CNT

Confederação Nacional do Transporte entende que custos extras serão transferidos para a população

Estadão Conteúdo

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A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou uma nota contrária ao aumento da mistura mínima obrigatória de biodiesel ao diesel, defendida pela indústria do biocombustível. Na nota, a CNT alega que o eventual aumento do porcentual de biodiesel no óleo diesel encareceria o frete.

“O eventual acréscimo do teor do biodiesel irá gerar custos adicionais ao valor do frete, que serão transferidos a toda população, traduzindo-se em acréscimos inflacionários e encarecendo ainda mais o transporte e, por consequência, os produtos consumidos e exportados”, alegou a confederação.

A CNT argumenta também que o maior uso do biocombustível no óleo diesel ampliaria a poluição atmosférica.

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“Ao contrário do que se propaga, o aumento do porcentual do biodiesel na mistura obrigatória ao diesel prejudica o meio ambiente, já que diminui a eficiência energética dos motores, aumentando o consumo. Isso faz com que os veículos passem a emitir mais poluentes, especialmente óxido de nitrogênio. A experiência da utilização de 13% de biodiesel ocorrida no passado já comprovou isso”, disse a entidade, mencionando relatos de panes súbitas em ônibus e caminhões com uso de teor mais elevado do biocombustível.

Segundo a CNT, essa mistura pode “provocar acidentes com vítimas fatais, o que preocupa todo o setor de transporte no Brasil”, acrescentou.

Por fim, a confederação sugeriu que indústria do biodiesel, setor do transportes e governo promovam estudos independentes a fim de encontrar o “teor mais favorável da mistura para o meio ambiente e para o funcionamento dos motores”.

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O aumento da mistura de biodiesel no diesel é defendido pelos Ministérios da Agricultura, da Indústria e Comércio e de Minas e Energia, além da indústria do biodiesel.

O calendário de elevação da mistura deve ser discutido nesta semana pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que debaterá a manutenção ou revisão das metas atuais.

No momento, até 31 de março, prevalece no mercado o mandato B10, ou seja, a mistura mínima obrigatória de 10% de biodiesel no diesel. A partir de abril, conforme a legislação prevê, a mistura mínima deve ser elevada para 15% (mandato B15).

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