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Depois da tempestade, a calmaria? Após duas sessões de forte pressão para as ações das petroleiras depois das notícias de instituição de um imposto sobre a exportação de petróleo cru e com o pedido do governo para que a Petrobras (PETR3;PETR4) suspenda a sua venda de ativos por 90 dias, as empresas do setor podem ter um motivo para comemorar nesta quinta-feira (2).
Em relatório, o Bradesco BBI cita notícias e avaliação de consultores políticos de que o Congresso rejeita a ideia de perpetuar o imposto de exportação, que vigoraria então apenas pelos quatro meses estabelecidos pela Medida Provisória do governo, anunciada na terça-feira (28/2).
O relatório cita a fala do senador Nelsinho Trad (PSD-MS), que mencionou que “a criação deste imposto pode trazer efeitos materialmente adversos para a indústria inclusive menores investimentos ao país”. Além disso, também citando meios de comunicação, o governo não teria incluído Arthur Lira (presidente da Câmara) em um debate sobre impostos de exportação e ele não pretende se engajar no tema da Medida Provisória.
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Perpetuar o imposto, que foi instituído com alíquota de 9,2%, era visto como o maior risco, segundo os analistas do BBI. O banco cita a avaliação dos parlamentar em geral que o imposto poderia prejudicar a indústria do petróleo no Brasil. “Nós concordamos”, apontam. Para eles, além de desencorajar o investimento, o imposto também pode levar a diversos litígios.
Enquanto isso, se a MP perder a validade em julho, o impacto financeiro seria limitado a 4 meses, trazendo uma recuperação para as ações. Os analistas veem que a PRIO (PRIO3) deveria ter a recuperação mais forte com a notícia, já que a empresa seria a mais afetada pelos impostos de exportação. Além disso, a companhia informou ainda que o novo poço produtor de Frade, MUP5, tinha estabilizado a produção inicial em cerca de 8 mil barris/dia, o que foi lido como uma notícia positiva.
Já seus pares, 3R (RRRP3) e Petroreconcavo (RECV3), ainda estão enfrentando ventos contrários relacionados à notícia de que o Ministério da Minas e Energia pediu à Petrobras que interrompa a venda de seus ativos, afirmam os analistas.
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Porém, aponta, especificamente sobre a operação de compra pela 3R do Polo Potiguar da Petrobras, o BBI acredita que ainda há boas chances da operação ser concluída.
Entre os pontos, a transação não está pendente de assinaturas da administração da Petrobras, portanto, novos executivos não devem ser envolvidos nas tratativas. Também não há multa contratual caso a Petrobras desista da transação – o que, na visão do BBI, é positivo, pois tira a flexibilidade dessa possibilidade (caso a Petrobras decida desistir da transação, isso teria que ser feito via judicial).
O fechamento da operação ainda é automaticamente efetivado pelo contrato após a aprovação do Ibama, que deve ser emitida em meados de março, a aprovação da ANP (ocorrida nesta semana ) e 3R comprovando que tem caixa para pagar o saldo de aquisição (que a empresa possui). “Portanto, acreditamos que a chance da venda do Polo Potiguar se concretizar ainda é maior do que o risco da venda fracassar”, afirmam os analistas.
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As ações das petroleiras juniores tiveram alta em sua maioria na tarde desta quinta-feira (2), mas fecharam em sentidos diversos. O destaque positivo ficou para a PetroReconcavo, que intensificou as altas e subiu 4,89% (R$ 28,30), enquanto a PRIO amenizou os ganhos, tendo alta de 1,74% (R$ 33,96). A 3R, por sua vez, fechou em queda de 4,02%, a R$ 31,29, enquanto a Enauta (ENAT3) caiu 3,92%, a R$ 12,75. A Petrobras, após um dia volátil e marcado por diversas falas sobre a empresa após a divulgação do balanço do 4º trimestre, viu sua ação ON fechar em queda de 2,75% (R$ 27,96) e a PN cair 2,61% (R$ 24,64).
Apesar da leitura positiva sobre os desdobramentos da MP do imposto sobre exportação, o Bradesco BBI acredita que ainda “ficarão cicatrizes” para o setor. “A percepção de risco para o setor deve aumentar, pois ele pode ser alvo de outras medidas, se o governo julgar assim necessário”, avalia.
Além disso, quando a Medida Provisória perder a validade, em julho, o BBI acredita que a Petrobras já terá uma nova
política de preços.
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Resultados também no radar
Cabe destacar que PRIO e Enauta divulgaram seus resultados na noite da véspera.
A XP destaca que os números da PRIO foram fracos, com o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de US$ 121 milhões, 5% abaixo da sua expectativa e com baixa anual de 47%. “A queda deveu-se principalmente à receita líquida menor em relação ao que esperávamos, impactada por descontos acima do esperado, parcialmente compensados por custos abaixo do esperado”, aponta.
Contudo, destacou dois tópicos positivos. O primeiro deles foi a citada entrada em operação do poço MUP5 no Campo de Frade. Além disso, a empresa alcançou o menor custo de extração da história, atingindo US$ 8,6 o barril (de US$ 9,5 o barril no 3T22).
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Para o Itaú BBA, olhando para frente, o primeiro trimestre do ano promete ser um ponto de virada quanto à produção diante da contribuição de Albacora Leste e os recentes desenvolvimentos no plano de revitalização de Frade.
Já para a Enauta, o BBA aponta que os números ficaram acima das suas expectativas, com destaque para o Ebitda de R$ 463 milhões, 7% acima da estimativa do banco. O resultado foi impulsionado pelo aumento da produção no campo de Atlanta e pela redução do lifting cost (custo operacional médio para extrair cada barril de petróleo), parcialmente compensado pela queda dos preços do petróleo no trimestre. A companhia destacou que segue focada na estratégia de crescimento e diversificação de receita por meio de aquisições de outros ativos.
O Morgan Stanley, que tem recomendação equivalente à neutra para a ação, aponta que o resultado continua tendo importância limitada para a Enauta e o trimestre não trouxe novidades. “Com as atividades de manutenção em Atlanta atrasadas e com a redundância operacional com os novos poços, a estabilidade da produção é esperada, e necessária”, avalia.