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Nesta terça-feira (14), a L4 Venture Building, fundo de investimentos da Bolsa de Valores brasileira, anunciou um aporte de US$ 5,55 milhões (cerca de R$ 30 milhões na cotação atual) em uma startup sueca de serviços financeiros.
O aporte dá à B3 (B3SA3) uma fatia minoritária na Vermiculus Financial Technology, com o objetivo de torná-la um negócio escalável e potencialmente disponível para bolsas de outros países.
Fundada em 2020, a Vermiculus é especializada em tecnologia para mercado organizado, câmaras de compensação e liquidação, além de centrais depositárias. Sediada em Estocolmo, capital da Suécia, a empresa tem 90 funcionários e registrou faturamento de € 3,4 milhões (cerca de R$ 19 milhões) em 2021, último balanço fechado.
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O contato entre B3 e Vermiculus não começou agora, visto que elas já eram parceiras de negócios há alguns meses. No entanto, segundo Pedro Meduna, co-fundador da L4, a possibilidade de trazer a startup para o portfólio surgiu a partir de um olhar mais atento da equipe de investimentos para além da relação fornecedor-cliente.
“A B3 contratou a startup para desenvolver uma nova depositária. Como ela já prestava serviço para a Bolsa, pensei que também fazia sentido investir para ajudá-la a se capitalizar e crescer. Tendo a B3 como cliente, o mercado de bolsas de valores passa a olhar a startup com outros olhos, com mais credibilidade, o que abre espaço para a venda de suas soluções para outras bolsas no mundo”, diz Meduna.
“Estamos entregando o que prometemos e tudo isso por meio da tecnologia mais moderna do mercado, de forma ágil e transparente e sempre trazendo valor aos nossos clientes. O investimento da L4 confirma que fazemos a diferença para os nossos consumidores e que nossa tecnologia é o futuro”, comenta Taraneh Derayati, CEO da Vermiculus.
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A Vermiculus mantém um plano de stock options para seus funcionários e, segundo os fundadores, em alguns anos, juntos, esses serão os acionistas majoritários da companhia.
B3 deu cheque de R$ 600 milhões para cinco anos
A L4 foi fundada em maio do ano passado, como FIP (Fundo de Investimentos em Participações), sendo a B3 a única empresa cotista. Ela nasceu com o objetivo de buscar entre startups soluções que tivessem correlação ao principal negócio da Bolsa e, para isso, já chegou com um caixa farto, ostentando um cheque aproximado de R$ 600 milhões disponíveis para ser gasto até 2027.
Desde então, esse é o terceiro investimento que a B3 fecha por meio de seu venture building. Anteriormente, o fundo participou de um rodada de US$ 15 milhões na plataforma de Web3 e blockchain Parfin e em outra de US$ 13 milhões na israelense de inteligência artificial BridgeWise.
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Segundo Meduna, a partir de agora, esses investimentos devem acontecer com maior facilidade, porque, na semana passada, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) aprovou a atividade do fundo como uma estrutura independente. Isto é, embora seja spin-off da Bolsa de Valores, os negócios da L4 estão dispensados de regras regulatórias as quais a empresa-mãe está sujeita.
“Estamos olhando setores que sejam adjacentes ao core da B3, então indo desde o de energia aos neo banks. Se pensarmos na B3 como um negócio de tecnologia, com uma infraestrutura de mercado que conecta investidores e vendedores, temos bastante mercado para a L4 estudar e investir ao longo dos próximos cinco anos.”
O executivo ainda destaca que parte desses recursos serão usados para ampliar a atuação do fundo, como expandir a equipe, que ainda é enxuta. Nesse contexto, outro profissional de perfil sênior deve ser contratado para somar na liderança do fundo, antecipa Meduna ao InfoMoney.
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“Estamos começando a alocar um fundo muito significativo, que tem por trás o comprometimento de uma empresa tão sólida quanto a B3. Com a baixa no Venture Capital ao redor do mundo, é muito importante ter R$ 600 milhões para ajudar empreendedores a ampliarem seus negócios e gerarem empregos”, finaliza.