OCDE eleva projeção de crescimento global em 2023 e 2024, mas reduz a do Brasil

Projeção de crescimento do PIB brasileiro recuou de 1,2% (feita em novembro) para 1% em 2023; a de 2024 caiu de 1,4% para 1,1%

Roberto de Lira

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A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) elevou sua projeção para a economia global em 2023, de 2,2% estimados em novembro para 2,6% em seu relatório divulgado nesta sexta-feira (17). Para 2024, a estimativa avançou de 2,7% para 2,9%.

Segundo o relatório da organização, a melhora nas projeções está baseado no avanço da confiança empresarial e do consumidor, na expectativa de queda nos preços dos alimentos e da energia e nos efeitos esperado pela reabertura da economia chinesa.

A expectativa para a China avançou de um crescimento de 4,6% (na projeção de novembro) para 5,3% em 2023, e de 4,1% para 4,9%  em 2024.

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Para o Brasil, no entanto, a estimativa recuou de 1,2% para 1% neste ano e de 1,4% para 1,1% no ano que vem, segundo o Economic Outlook da OCDE.

A inflação nominal é projetada diminuir gradualmente até 2023 na maioria dos países do G20, de 8,1% em 2022 para 5,9% em 2023 e 4,5% em 2024.

Segundo a OCDES, isso se deve ao efeito da política monetária mais apertada, à redução dos preços da energia após um inverno ameno na Europa e aos preços globais dos alimentos declinantes.

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No entanto, a organização diz que o núcleo da inflação continua persistente, sustentado por fortes aumentos de preços de serviços e pressões de custos de mercados de trabalho apertados.

Por conta dessas pressões inflacionárias, a projeção é que muitos bancos centrais mantenham as taxas de juros altas até 2024.

O crescimento anual do PIB nos Estados Unidos está projetado em 1,5% em 2023 e 0,9% em 2024, maior que os 0,5% e 1,0% projetados em novembro passado.

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Na zona do euro, projeta-se que o crescimento seja de 0,8% em 2023 (ante 0,5% anteriores), mas aumente para 1,5% em 2024 (ante 1,4%).

Para Mathias Cormann, secretário-geral da OCDE, a p perspectiva hoje é um pouco mais otimista do que nossas previsões anteriores, embora a economia global permaneça frágil.

“Alguns riscos importantes, como interrupções persistentes nos mercados de energia e alimentos em larga escala, foram mitigados por enquanto. No entanto, a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, a persistência na inflação de serviços, a turbulência do mercado financeiro e o declínio constante nas perspectivas de crescimento subjacentes podem ser fontes de mais perturbações”, alertou.

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Ele pediu um apoio fiscal mais direcionado pela principais economias e reformas estruturais para reativar o crescimento da produtividade, que serão essenciais para otimizar a recuperação e as perspectivas de crescimento de longo prazo.