Governo quer mercado de capitais maior que sistema bancário no financiamento das empresas

Em entrevista ao Valor Econômico, Marcos Pinto, secretário de reformas econômicas do Ministério da Fazenda, diz que movimento também pode reduzir spreads

Equipe InfoMoney

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Uma das cabeças por trás do pacote de crédito anunciado pelo governo federal na semana passada, o secretário de reformas econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, argumenta que o mercado de capitais é a melhor ferramenta para reduzir o spread bancário.

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o economista aponta como referências modelos de países desenvolvidos, como o dos Estados Unidos, onde o mercado de capitais é cerca de cinco vezes maior que o de crédito bancário.

“Competição entre bancos é importante, mas a competição fora do sistema bancário é mais importante”, afirmou o secretário.

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Na semana passada, o governo apresentou um conjunto de 13 medidas para estimular crédito e destravar Parcerias Público-Privadas (PPPs) de estados e municípios.

Entre as ações divulgadas, estão a ampliação do instrumento das debêntures incentivadas para o setor de infraestrutura social e ambiental, a simplificação do procedimento de emissão de títulos de dívida privada, a flexibilização do processo de autorização e funcionamento de instituições financeiras e demais autorizadas pelo Banco Central e o aprimoramento de regras para situações de intervenção em momentos de crises graves.

No mercado de capitais, o governo deverá encaminhar um projeto de lei ao Congresso Nacional para aprimorar mecanismos de proteção a investidores minoritários contra danos causados por atos ilícitos de acionistas controladores e administradores.

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Também será enviado ao parlamento uma proposta para consolidar e aprimorar a legislação que trata das infraestruturas do mercado financeiro (IMF), sob supervisão do BCB e da CVM, usando como referência as melhores práticas internacionais. Os impactos esperados com a implementação da medida são o aumento da segurança e a redução dos custos operacionais do sistema financeiro, com impacto na eficiência e custos no mercado financeiro.

Veja aqui em detalhes as 13 medidas anunciadas pelo governo.

Um ponto considerado fundamental pela equipe econômica para o desenvolvimento do mercado de capitais é a aprovação da reforma tributária que trata da simplificação de impostos sobre o consumo, em discussão no Congresso Nacional.

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Na entrevista ao Valor Econômico, o secretário Marcos Pinto também disse que a reforma tributária será um “incentivo gigante” ao mercado, já que atualmente as taxas de juros trazem embutidos impostos como PIS/Cofins, Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o Imposto sobre Serviços (ISS). Com a reforma, as empresas poderão obter crédito desses tributos.

O governo também pretende avançar na discussão sobre a tributação de fundos de investimentos. A ideia, segundo o secretário, não é chegar a uma regra única a diferentes produtos, mas buscar uma racionalização, eliminando distorções. “Perdemos muita eficiência no mercado de capitais brasileiro devido a regimes distintos de tributação”, disse.