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O First Republic, banco regional dos Estados Unidos que quase fechou as portas no mês passado, reportou resultados para o primeiro trimestre de 2023 na noite desta segunda-feira (24). O balanço, que foi adiado em mais de uma semana, é considerado um termômetro da crise de liquidez que levou à falência o Silicon Valley Bank (SVB) e o Signature Bank.
Nos três primeiros meses do ano, o First Republic registrou lucro líquido de US$ 269 milhões, uma queda de 32,9% em relação a um ano antes. O lucro diluído por ação ficou em US$ 1,23 e as receitas em US$ 1,2 bilhão, com queda de 13,4% em bases anuais – os dois números vieram ligeiramente acima do que o mercado esperava.
Mas o principal dado observado pelos investidores no balanço foi o volume de depósitos da instituição, que sofreu uma queda brusca, de 40,8%, entre o quarto trimestre de 2022 e os três primeiros meses deste ano. Com os resgates, a cifra foi de US$ 176 bilhões para US$ 104,474 bilhões.
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O número veio pior do que as estimativas do mercado. O consenso da FactSet apontava para US$ 145 bilhões em depósitos no período, ainda que as projeções mais baixistas indicassem algo em torno de US$ 100 bilhões.
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Os depósitos do First Republic no primeiro trimestre incluem a injeção de US$ 30 bilhões, feita no final do mês passado. Os recursos vieram de 11 grandes bancos que agiram em conjunto para impedir a falência da instituição financeira e uma crise mais ampla no sistema bancário. Ou seja – excluindo o aporte, os depósito do First Republic teriam recuado em mais de 50%.
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As ações do banco, negociadas na Nyse, recuavam quase 20% no after market após a divulgação do resultado, por volta das 18h (horário de Brasília), apagando os ganhos de dois dígitos que obtiveram durante a sessão regular. Os papéis aprofundaram perdas mesmo com a informação de que os depósitos começaram a se estabilizar desde a última semana de março e assim se mantiveram até agora.
Segundo o First Republoc, em 21 de abril, sexta-feira da semana passada, os depósitos do banco somavam US$ 102,7 bilhões.
Demissões à vista
No comunicado que acompanha o balanço trimestral, o First Republic disse estar avaliando opções de estratégia enquanto reforça sua posição de capital. O banco anunciou que vai reduzir despesas, cortando compensações para executivos e diminuindo o quadro de funcionários entre 20% e 25% no segundo trimestre deste ano.