Nova gestora de XP e Polen quer até US$ 500 mi no 1º fundo, focado em países latinos como Chile e México

Carteiras de ativos alternativos não terá Brasil como foco; nível elevado de juros e dificuldade de acesso a crédito tornam momento favorável

Equipe InfoMoney

Bruno Castro, CEO da XP Asset
Bruno Castro, CEO da XP Asset

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A XP Asset Management, gestora de fundos da XP Inc. (XPBR31), e a Polen Capital estão dando início às operações da Summit Ridge Capital Partners, uma gestora de crédito focada em ativos alternativos de mercados emergentes. A nova casa já chega com planos ambiciosos e planeja captar entre US$ 300 milhões e US$ 500 milhões em um primeiro fundo focado em América Latina, que deve ser lançado a partir de junho deste ano.

O produto será fechado e buscará entregar um retorno bruto em dólar entre 15% e 20% ao ano. Apesar de a XP ter atuação no Brasil, o país não será o foco do fundo e deverá responder por até 40% da exposição, explica o CEO da XP Asset, Bruno Castro.

A alocação estará centrada em outros países da região como Chile, Argentina, Colômbia e México, que possuem um segmento empresarial mais desenvolvido, acrescenta o gestor de renda fixa e crédito estruturado da XP Asset, Fausto Filho.

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Não é à toa o foco que a Summit Ridge vai dar aos ativos alternativos da América Latina em um primeiro momento. Segundo Fausto Filho, há poucos produtos e times dedicados a tratar das peculiaridades das economias da região, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, onde a concorrência é bastante elevada e o mercado é bem desenvolvido.

“É um lugar em que não seríamos competitivos”, observa.

Apesar de as economias dos países latinos estarem em estágios diferentes, o gestor da casa defende que há fatores em comum que favorecem a criação de oportunidades, como o nível elevado de juros e a dificuldade de acesso a crédito. Em alguns casos, como na Argentina, a taxa de juros alcançou o patamar de 78%.

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Ainda que o fundo tenha um caráter mais “oportunístico”, o gestor da XP admite que o momento exige mais cuidado e destaca que o foco será buscar companhias que possam oferecer garantias e que tenham problemas de liquidez – e não de solvência.

“Se tiver problema de solvência, isso significa que a empresa não terá ativo para oferecer em troca para gerar fluxo de caixa”, lembra Filho.

Sobre os setores preferidos, o gestor afirma que irá olhar para todos, sem distinção, mas admite que deverá ter um cuidado ainda maior com setores cíclicos, que costumam ser mais sensíveis às taxas de juros.

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Ao ser questionado sobre os desafios de alocar em países como a Argentina, que passa por um período de superinflação e taxas de juros muito elevadas, Fausto Filho reconhece que os ativos do país sempre inspiram cuidado. Lembra, no entanto, que os argentinos enfrentarão eleições presidenciais em outubro e uma possível troca de poder poderá representar uma grande oportunidade.

Segundo a mídia local, a Argentina se aproxima do pleito com ao menos seis candidaturas viáveis, entre elas a da ex-presidente Cristina Kirchner. A lista tem ainda os nomes de Daniel Scioli, Sergio Massa, Horacio Larreta, Patricia Bullrich e Javier Milei.

Nova gestora

A Summit Ridge Capital Partners será liderada por Christopher Park, ex-diretor da Moneda Asset Management; Ignacio Guzman, um dos fundadores da equipe de special situations e distressed assets (ativos “estressados” e situações especiais) de mercados emergentes no Deutsche Bank, em Londres; e Gregorio Velasco, ex-diretor de renda fixa da BCI Asset Management.

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Além deles, dois analistas seniores estarão na equipe de Summit Ridge. Alex Sideman e Lucas Vergara integraram a equipe de special situations e distressed assets para América Latina na Moneda, tendo ainda passagens por AGF e HSBC no Brasil.

Segundo um comunicado, em conjunto, a equipe já executou mais de US$ 80 bilhões em reestruturações de crédito e financiamento de capital na América Latina desde 2005.

Do lado brasileiro, Castro, da XP Asset, destaca a expertise da equipe e diz que a casa já tem uma grade de produtos bastante completa, mas que faltava uma expansão internacional, que virá agora com a joint-venture.

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O executivo explica que o momento é favorável porque já há uma equipe de macroeconomia dentro da casa que cobre o que acontece na região e o cenário microeconômico mostra que existe uma dificuldade grande de acesso a crédito por parte das empresas.

O otimismo com a nova gestora é compartilhado pelo CEO da Summit Ridge, Christopher Park. “Nosso objetivo é ser a solução de capital para empresas na América Latina”, diz o executivo.

Segundo Park, ter a XP Asset e a Polen Capital – gestora global com US$ 61 bilhões sob gestão – como investidores estratégicos valida a estratégia e fornece recursos de originação e distribuição de crédito exclusivos.