Setor público consolidado tem déficit primário de R$ 14,182 bilhões em março; em 12 meses, superávit é de 0,74% do PIB

O déficit no mês superou as estimativas do mercado: o consenso Refinitiv estimava um saldo negativo de R$ 9,028 bilhões

Roberto de Lira

(Shutterstock)
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O resultado primário do setor público consolidado no Brasil foi deficitário em R$ 14,182 bilhões em março, ante um saldo positivo de R$ 4,3 bilhões no mesmo mês de 2022. O Governo Central e os governos regionais registraram déficits de R$ 9,7 bilhões e R$ 4,6 bilhões, respectivamente, enquanto as empresas estatais tiveram um superávit de R$ 154 milhões. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Banco Central.

O déficit no mês superou as estimativas do mercado: o consenso Refinitiv estimava um saldo negativo de R$ 9,028 bilhões.

Nos últimos doze meses, até março, o setor público consolidado obteve superávit de R$ 74,8 bilhões, equivalente a 0,74% do PIB, e 0,19 ponto percentual inferior ao superávit acumulado até fevereiro.

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O montante dos juros nominais do setor público consolidado, apropriados por competência, somou R$ 65,3 bilhões em março de 2023, comparados a R$ 30,8 bilhões em março de 2022.

Contribuiu para esse aumento o resultado das operações de swap cambial (ganhos de R$ 40,3 bilhões em março de 2022 e de R$ 11,7 bilhões em março de 2023).

No acumulado em doze meses, os juros nominais alcançaram R$ 693,6 bilhões (6,85% do PIB) em março de 2023, comparativamente a R$ 403,8 bilhões (4,46% do PIB) nos doze meses até março de 2022.

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O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$ 79,5 bilhões em março.

No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou R$618,9 bilhões (6,11% do PIB), elevando-se 0,49 p.p. do PIB em relação ao déficit acumulado até fevereiro.

Dívida Líquida

A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) atingiu 57,2% do PIB (R$ 5,8 trilhões) em março, elevando-se 0,5 p.p. do PIB no mês.

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O resultado refletiu, sobretudo, os impactos dos juros nominais apropriados (aumento de 0,6 p.p.), da valorização cambial de 2,4% no mês (aumento de 0,3 p.p.), do ajuste de paridade da cesta de moedas que integram a dívida externa líquida (redução de 0,4 p.p.), e do efeito da variação do PIB nominal (redução de 0,3 p.p.).

No ano, o aumento de 0,1 ponto percentual na relação Dívida Líquida/PIB decorreu dos juros nominais apropriados (aumento de 1,8 p.p.), do efeito da valorização cambial acumulada de 3,3% (aumento de 0,3 p.p.), do crescimento do PIB nominal (redução de 1,2 p.p.), do superávit primário (redução de 0,6 p.p.), e do ajuste de paridade da cesta de moedas que integram a dívida externa líquida (redução de 0,3 p.p.).

Dívida Bruta

A Dívida Bruta do Setor Público (DBGG), que compreende Governo Federal, INSS e governos estaduais e municipais, por sua vez, atingiu 73,0% do PIB (R$ 7,4 trilhões), elevando-se 0,1 ponto percentual em relação ao mês anterior.

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Essa evolução no mês decorreu, principalmente, de juros nominais apropriados (aumento de 0,8 p.p.), dos resgates líquidos de dívida (redução de 0,3 p.p.), e do efeito da variação do PIB nominal (redução de 0,4 p.p.).

No ano, o crescimento de 0,2 p.p. na relação Dívida Bruta/PIB resultou, em especial, dos juros nominais apropriados (aumento de 2,1 p.p.), do efeito da variação do PIB nominal (redução de 1,5 p.p.), e dos resgates líquidos de dívida (redução de 0,3 p.p.).