CFO da Klabin (KLBN4) diz que companhia não pretende alterar política de dividendos

Ao InfoMoney, Marcos Ivo falou sobre início de produção da segunda fase do projeto Puma 2, em junho, e como ele deve ajudar a arrefecer os custos da empresa

Anderson Figo

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O balanço adequado entre exportações e mercado interno, a diversificação de portfólio e a alta exposição a itens de primeira necessidade devem ajudar a Klabin (KLBN4) a atravessar o cenário macroeconômico adverso em 2023, na visão de Marcos Ivo, CFO da companhia. Ao InfoMoney, ele falou sobre a expectativa da empresa com o projeto Puma 2 e sobre como a companhia não pretende alterar a política de pagamento de proventos — recentemente, ela anunciou dividendos intermediários no valor de R$ 389 milhões.

“A Klabin está posicionada em um setor que produz para itens de primeira necessidade. Aproximadamente, 70% de toda as vendas da Klabin são para produzir ou embalar itens de primeira necessidade, como caixas para transporte de alimentos e bebidas, caixas para acondicionar alimentos e bebidas, itens de higiene pessoal e mesmo papel higiênico. Com isso, o nosso negócio acaba sendo mais resiliente em momentos de retração econômica”, disse o executivo.

Ele participou do Por Dentro dos Resultados, projeto no qual o InfoMoney entrevista CEOs e diretores de importantes companhias de capital aberto, no Brasil ou no exterior. Os executivos falam sobre o balanço do primeiro trimestre de 2023 e sobre perspectivas. Para acompanhar todas as entrevistas da série, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

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“Quando há uma contração de renda, quando diminui a renda disponível da população de forma geral, ela começa cortando itens de luxo até chegar em itens de primeira necessidade, sendo que os itens de primeira necessidade são muito menos elásticos à contração da renda. No nosso caso em específico, ainda há mais resiliência porque, por exemplo, num comportamento típico que existe no Brasil em momentos de contração econômica, o consumidor deixa de comprar carne vermelha e passa a comprar carne branca, o frango, que é mais barato. No limite, ele sai do frango e vai para o ovo, que é outro tipo de proteína. Esses três produtos utilizam caixas de papelão ondulado”, completou.

Segundo Ivo, a primeira fase do projeto Puma 2, que entrou em produção em 2021, fabricando o eukaliner — primeiro papel kraftliner feito de eucalipto no mundo — “segue sua curva de aprendizado e vem crescendo os volumes de produção trimestre a trimestre”. O executivo diz que a companhia está bastante satisfeita com os resultados que a primeira fase do projeto, o maior da história da Klabin, vem entregando.

Sobre a segunda fase do Puma 2, o CFO disse que no dia 23 abril ela atingiu 92% de construção e tem seu início de produção programado para junho. Trata-se da máquina 28, que produzirá papel cartão, utilizado em embalagens. “Portanto, ela terá ao longo do segundo semestre, todos os meses, produções crescentes. Isso é importante também quando falamos de custo, porque esse volume novo de produção trará uma maior diluição ao custo fixo da companhia. Quanto mais você produz, o seu custo de produção por tonelada é reduzido”, explicou.

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O CFO comentou sobre o recente pagamento de dividendos anunciado pela empresa e disse que a Klabin não pretende alterar sua política de distribuição de proventos. “Nossa política estabelece como alvo o pagamento entre 15% a 25% do Ebitda em proventos. Historicamente, a Klabin fica no centro dessa política, pagando 20% do Ebitda trimestralmente como proventos, dividendos mais juros sobre o capital próprio. A previsão é que a gente siga caminhando dentro dessa política nos próximos trimestres, não temos previsão de alterações”, afirmou Ivo.

O executivo falou ainda sobre a expectativa de arrefecimento dos custos de produção da companhia, sobre exportações e o impacto cambial para o balanço da empresa, sobre endividamento e a não necessidade de novas captações de recursos neste ano, descartou a possibilidade de abertura de fábrica na China, explicou por que as florestas da Klabin costumam ficar mais no Sul do Brasil e como a fabricante de papel e celulose está acompanhando as discussões sobre uma reforma tributária para avaliar como isso impactaria suas demonstrações financeiras. Veja a entrevista completa no player acima, ou clique aqui.

Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.