Custo efetivo total de dívida chega a ser 189% maior que valor real do bem

Segundo a Proteste, diferença entre o custo total e o valor real do produto se dá por conta de novos empréstimo para quitar a dívida

Gladys Ferraz Magalhães

Ilustração mostra casal endividado
Ilustração mostra casal endividado

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SÃO PAULO – Ao parcelar a compra de um produto, o brasileiro pode pagar cerca de 189% a mais do que o valor real do bem, segundo aponta levantamento realizado pela Proteste – Associação de Consumidores, divulgado nesta terça-feira (14).

De acordo com a Associação, a diferença entre o custo efetivo total da dívida e o valor real do produto se dá pelo fato de muitas famílias contratarem um novo empréstimo por não terem conseguido pagar dívidas ou empréstimos anteriores, caindo assim em um labirinto de dívidas que se tornam impagáveis.

No geral, um total de 1/5 dos entrevistados disse ter contraído nova dívida, sendo que metade o fez na tentativa de quitar o débito anterior. Outros, 9,3% recorreram a novo empréstimo por dificuldade de manter despesas básicas, em muitos casos devido ao excesso de dívidas assumidas.

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A entidade ouviu 200 pessoas, nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

Custo Total
Quando não consideradas outras dívidas que a pessoa tenha assumido para pagar o débito de um bem, o chamado CET (Custo Efetivo Total) fica acima de 50% na maior parte dos casos, 56,1% das dívidas.

Em 25% das compras, o custo total dos juros varia entre 30% e 50%, a incidência de até 5% dos juros reponde por apenas 11,6% dos débitos.

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Sobre os vilões do orçamento, o cartão de crédito é apontado como o principal, especialmente entre as famílias pertencentes à classe C. O estudo da Proteste aponta que o gasto médio se concentra em R$ 500 e 38,1% dos titulares não paga a fatura à vista.