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Os olhos do mercado se voltam para o novo arcabouço fiscal. O Palácio do Planalto não é contrário à inclusão dos gatilhos propostos pelo relator da nova regra fiscal, deputado Claudio Cajado (PP-BA), para controlar gastos, como veto a reajustes reais para servidores, não concessão de novos benefícios e incentivos fiscais, e suspensão de novos concursos públicos.
O Ministério da Fazenda também não, segundo o G1. O governo até gosta, porque dará mais credibilidade à nova proposta, e só não colocou na versão original por causa da oposição de petistas. O governo é contrário, porém, a medidas de criminalização do presidente da República no caso de não cumprimento das metas fiscais, que no ano que vem prevê um déficit público zero.
Outro destaque desta quarta-feira (10) é a inflação ao consumidor dos Estados Unidos, que veio em linha com o esperado. O CPI, na sigla em inglês, subiu 0,4% em abril, segundo consenso da Refinitiv, informou o Departamento do Trabalho, após alta de 0,1% em março. Já na base anual, a alta foi de 4,9%, ante expectativa de 5%. Segundo os especialistas, ainda será necessário mais tempo para que a política monetária restritiva mostre efeitos nessa inflação subjacente.
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Aqui no Brasil, a produção industrial voltou a subir em março, após dois meses seguidos de retração. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados hoje, a produção subiu 1,1% ante fevereiro, acima da projeção do consenso Refinitiv, que era de +0,8%.
No Tesouro Direto, às 15h18, quase todos os juros dos títulos públicos apresentavam queda, ao contrário visto hoje de manhã. O piso dos prefixados, o Tesouro Prefixado 2026, oferecia retorno de 11,46%, menor do que os 11,52% da terça-feira (9). Entre os títulos atrelados à inflação, o IPCA+2029 entregava juro de 5,53%, ligeiramente superior aos 5,52% da véspera. O valor do IPCA+2045 era de 6,02%, um menor do que os 6,03% de ontem.
As negociações do Tesouro Prefixado 2055 estão suspensas devido ao pagamento do cupom semestral, que ocorre na próxima segunda-feira (15). Por regra do Tesouro Direto, o investimento em títulos que têm cupom de juros é suspenso quatro dias úteis antes da data do pagamento. Da mesma forma, há mudanças nos resgates, que são interrompidos dois dias úteis antes do pagamento do cupom.
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Entre os títulos do Tesouro RendA+, criados neste ano para os investidores que priorizam a aposentadoria, o Tesouro RendA+ 2045 oferecia retorno de 6% ao ano, igual valor da sessão anterior.
Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na tarde desta quarta-feira (10):
Inflação ao consumidor EUA
O índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,4% em abril, em linha com as estimativas, segundo consenso da Refinitiv, informou o Departamento do Trabalho, após alta de 0,1% em março.
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Já na base anual, a alta foi de 4,9%, ante expectativa de 5%.
Os preços ao consumidor nos Estados Unidos subiram em abril devido ao aumento dos custos da gasolina e dos aluguéis, enquanto o núcleo da inflação permaneceu forte com a recuperação dos preços dos veículos motorizados usados, potencialmente garantindo que o Federal Reserve mantenha a taxa de juros elevada por um tempo.
“Diante deste cenário, acreditamos que a batalha não está vencida. Ao nosso ver, a inflação no país está desacelerando, mas alguns grupos merecem atenção. Os recentes episódios no sistema financeiro parecem, de certa forma, controlados, porém podemos ver alguma volatilidade pela frente caso haja novos casos”, afirma o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung. Ele diz que o mercado de trabalho precisa dar mais sinais de arrefecimento.
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“O Fed deve evitar qualquer tipo de movimento brusco para bloquear algum ruído ou perda de credibilidade. De qualquer forma, esperamos o fim do ciclo em breve, mas é possível que tenhamos uma nova alta até o fim do ano, chegando a 5,25% – 5,50% a.a. E, o juro deverá permanecer no pico por um bom tempo, até que a inflação dê sinais de convergência para meta de longo prazo, 2% a.a.”, completa Sung.
Os dados da inflação do consumidor em abril nos Estados Unidos têm contado praticamente a mesma história desde o início de 2023, destacam analistas: o índice CPI cheio, que inclui variações de preços mais voláteis, como energia e alimentos, está em lenta desinflação, mas o núcleo que exclui esses itens se mantém teimosamente nos mesmo patamares. Segundo os especialistas, ainda será necessário mais tempo para que a política monetária restritiva mostre efeitos nessa inflação subjacente.
Produção industrial
A produção industrial brasileira voltou a subir em março, após dois meses seguidos de retração. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quarta-feira (10), a produção subiu 1,1% ante fevereiro, acima da projeção do consenso Refinitiv, que era de +0,8%.
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Foi a primeira alta registrada desde outubro do ano passado (+0,3%), que foi seguida por queda de 0,1% em novembro, estabilidade (0,0%) em dezembro e recuos de 0,3% em janeiro e de 0,2% em fevereiro.
O resultado para o trimestre de janeiro a março de 2023 ainda é negativo em 0,4%, mas no acumulado nos últimos 12 meses chegou à estabilidade (0,0%), após uma sequência de 10 meses no campo negativo.
Apesar do resultado positivo da produção industrial em março, com registro pelo IBGE de alta de 1,1% ante fevereiro, os analistas ainda não enxergam sinais de que esse desempenho possa representar uma reversão na tendência de estagnação da atividade. Os especialistas alertam que o dado veio após duas queda seguidas e também que o desempenho tem sido heterogêneo, variando entre os setores.
O resultado veio em linha com as projeções do Banco Original, que destaca a alta no mês da indústria de transformação (1,4%) e a queda da indústria extrativa (-0,1%). “O resultado não é uma tendência, mas sim uma recuperação após leituras fracas. A indústria é o setor da atividade econômica que mais sofre e o único que ainda está em nível bem abaixo do período pré-pandêmico (-1,3%)”, comentam os economistas Marco Caruso e Igor Cadilhac.
Arcabouço fiscal
O relator do projeto que cria o novo arcabouço fiscal, deputado Claudio Cajado (PP-BA), disse hoje que o esboço de seu relatório está pronto: “espero que até o final do dia eu tenha retorno das conversas feitas no Palácio do Planalto”, disse, entrevista à GloboNews. “É possível que possamos entregar amanhã (quinta-feira, 11). Se os encaminhamentos derem espaço para que concluamos o relatório até o final da noite, é possível. Mas o timing para a disponibilidade do relatório vai estar atrelado à votação em plenário”, disse Cajado, que condicionou à vontade de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, o encaminhamento.
Segundo ele, as negociações em torno do projeto, neste momento, giram em torno de “pontos sensíveis”. Cajado explica que esses “pontos sensíveis” são os gatilhos e consequências do descumprimento da meta fiscal e os prazos em que o governo deve apresentar os dados de receitas e despesas. Há também negociações em andamento sobre punições pelo descumprimento das metas fiscais, mas rechaçou a hipótese de uma delas ser a imposição de crime de responsabilidade contra o presidente da República. “Não se fala de crime, mas de infração administrativa. Queremos que as metas sejam alcançadas e para isso temos que criar gatilhos no caso de atingimento destas metas, que não têm a ver com criminalização”, acrescentou. (Estadão Conteúdo)
Pesquisa Selic
A segunda rodada da pesquisa “O que pensa o mercado financeiro”, realizada pela Quaest por encomenda da Genial Investimentos, divulgada nesta quarta-feira (10), mostrou que há uma ampla maioria de investidores institucionais que concordam com a posição do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em manter a taxa básica de juros (a Selic) em 13,75%.
De acordo com o levantamento, realizado entre os dias 4 e 8 de maio (portanto, logo após a última reunião do comitê), 91% dos entrevistados consideram a decisão de política acertada − um leve recuo de 4 pontos percentuais em comparação com o levantamento anterior, realizado em março. Já os que discordam com a decisão foram de 5% para 9%.
Para 88% dos investidores institucionais consultados, a Selic será reduzida ainda neste ano. Os outros 12% discordam. A maioria dos entrevistados (68%) acredita que o início do afrouxamento monetário ocorrerá até o fim do terceiro trimestre: 9% acreditam que o movimento ocorrerá até junho, 34% até agosto e 25% não depois de setembro. Outros 20% apontam novembro como o marco, e 1%, dezembro.
Por outro lado, a pesquisa Genial/Quaest mostrou que caiu de 62% para 51% o grupo dos que consideram o atual patamar de 13,75% a taxa de juros ideal para o Brasil hoje. Já os que dizem ser um percentual menor saltaram de 30% para 45% em dois meses. E aqueles que acreditam que o ideal seria uma taxa ainda mais elevada recuaram de 8% em março para atuais 4%.
Avaliação de Haddad
Recém completados 150 dias desde sua indicação para comandar o Ministério da Fazenda do governo Lula, Fernando Haddad (PT) passou a contar com maior simpatia do mercado financeiro em comparação com dois meses atrás. É o que mostra pesquisa Genial/Quaest com 92 representantes de fundos de investimentos com sedes em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Segundo o levantamento, a melhora na reputação do ministro, no entanto, não foi suficiente para subverter a percepção negativa da maioria dos agentes econômicos sobre seu trabalho à frente de uma das pastas mais importantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O estudo mostra que as avaliações positivas da Faria Lima e do Leblon sobre a gestão de Haddad mais que dobraram de março para cá, passando de 10% para 26% dos entrevistados.
No mesmo período, as impressões negativas oscilaram negativamente em 1 pontos percentual, para 37% – mesmo patamar das avaliações regulares, que no último levantamento haviam somado 52%.
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