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O Goldman Sachs acredita que os países membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) provavelmente enfrentarão um dilema ao se reunirem em Viena no próximo domingo (4) para o Comitê Conjunto de Monitoramento Ministerial (JMMC).
De acordo com relatório, os noves principais integrantes da Opep+ que anunciaram cortes voluntários na produção em abril devem manter a produção, mas utilizarão uma retórica parcialmente contrária.
“Por um lado, a queda de 8% dos preços do petróleo Brent desde a véspera do anúncio de 2 de abril de cortes voluntários em nove grandes produtores sugerem que cortes mais profundos estarão sobre a mesa.”
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Por outro lado, segundo estimativas atualizadas do Goldman Sachs, o mercado pode ter retornado a déficits desde a implementação dos novos cortes da Opep e que os estoques provavelmente cairão ainda mais nos próximos meses sem cortes mais profundos de produção.
Sendo assim, uma possibilidade é oficializar esses cortes voluntários e ampliá-los para os produtores menores. Embora as restrições à produção desses produtores menores impliquem apenas um impacto modesto de um anúncio mais amplo na produção real, o banco acredita que a aliança queira sinalizar uma forte coesão.
A equipe de research do banco prevê que os principais produtores optarão por manter a produção porque provavelmente desejam observar o impacto dos novos cortes que começaram neste mês. Analistas lembram que a Opep nunca reduziu a produção dentro de três meses de um corte anterior com estoques tão baixos como os de hoje. Sinais de que o mercado continua caminhando para déficits no segundo semestre, o cumprimento incompleto da Rússia do acordo e vários comentários recentes de membros da Opep+, bem como formuladores de políticas energéticas dos EUA, também apoiam a manutenção da produção.
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No entanto, Goldman Sachs vê uma probabilidade subjetiva considerável de 35% de que os principais produtores do cartel anunciem cortes mais profundos no domingo, porque os preços do petróleo estão claramente abaixo das estimativa de US$ 80 e 85 por barril, que é o limite mínimo para a Opep. A posição muito baixa dos investidores, a determinação da Arábia Saudita em não dar liberdade aos especuladores e a decisão de se reunirem presencialmente também sugerem que cortes mais profundos provavelmente serão discutidos.
Olhando além da reunião de domingo, o banco acredita que o poder de fixação de preços elevado da Opep deve permitir que o grupo faça cortes adicionais se os preços do petróleo permanecerem abaixo de US$ 80 por barril no segundo semestre.
O Bradesco BBI também aponta que ocenário base do mercado é de nenhum corte incremental para o nível de 25.416 mil barris por dia acordado para a OPEP e 15.389 mil barris por dia para a Opep+, mas rearranjos de cotas entre os países membros são prováveis.