Maioria do mercado financeiro crê em sinalização de corte de juros pelo Copom, mostra pesquisa

Levantamento da BGC Liquidez vê aposta majoritária de corte de 0,25% em agosto, acelerando para 0,50% nas três reuniões seguintes

Roberto de Lira

(Shutterstock)
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Pesquisa feita pela BGC Liquidez feita entre a 2ª feira (19) e a 3ª feira (20) aponta que 95% dos com players do mercado financeiro entrevistados acreditam numa manutenção da taxa Selic em 13,75% na reunião do Copom de hoje. E que 55% dos 110 analistas, economistas e traders consultados aguardam alguma sinalização de corte de juros à frente, sem indicação direta de quando isso pode ocorrer.

Outros 35% acreditam num sinal de corte iminente, o que indicaria agosto como o início da flexibilização monetária, e apenas 10% apostam numa comunicação mais “hawkish”, apontando para manutenção dos juros por mais tempo.

A posição majoritária entre os entrevistados é que o Banco Central deve começar com um corte de juros de 25 pontos-base em agosto (48% das respostas), acelerando depois para 0,50% nas três reuniões seguintes: setembro (57%), novembro (68%) e dezembro (70%). As projeções de manutenção ou de corte maior em agosto (0,50%), se equivalem, ficando em 26% e 24%, respectivamente.

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Segundo os profissionais ouvidos na pesquisa, a manutenção do ritmo de 0,25% tem chance menor, com 33% das respostas em setembro, 15% em novembro e 12% em dezembro. As apostas de cortes de 75 pontos-base são todas inferiores a 5% e as de manutenção da taxa a partir de setembro estão entre 1% e 2% das respostas.

Com isso, a maior parte dos entrevistados acredita que a taxa de juros deve encerrar 2023 em 12% e 2024 em 9%.

Para os profissionais consultados, o principal fator positivo que pode gerar impacto no balanço de riscos para o Copom no curto prazo são as expectativas de inflação, com 73% das respostas. O fator negativo mais citado no balanço de riscos é a percepção fiscal e a agenda de reformas, com 41% das respostas, seguida do crescimento do hiato do produto (a diferença entre o PIB potencial e o efetivo), com 29% das respostas.

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A pesquisa também mostrou que 42% dos entrevistados acreditam que a perspectiva de manutenção da meta de inflação em 3% para 2024 e 2025 pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que se reúne no dia 29, será um gatilho positivo moderado para as expectativas de inflação, enquanto 29% dizem que esse impacto já está precificado e 25% veem a decisão como de impacto relevante.

A expectativa de aprovação da Reforma Tributária pela Câmara dos Deputados ainda nesse semestres é considerada improvável por 51% dos entrevistados e “extremamente improvável” para outros 17%.

Sobre a taxa de câmbio para os próximos 45 dias, 39% dos entrevistas acredita numa faixa entre R$ 4,70 e R$ 4,80 por dólar e 35% apostam na faixa entre R$ 4,80 e R$ 4,90.

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Por fim, 65% dos entrevistados veem uma percepção de risco mais construtiva para os próximos 45 dias, enquanto 25% estão no campo neutro e 10% se consideram céticos.