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As ações ordinárias da Yduqs (YDUQ3) fecharam longe das máximas, mas ainda tiveram ganhos de 4,57%, a R$ 20,35, na sessão desta quarta-feira (21), na esteira da publicação de um relatório em que o Bank of America eleva sua recomendação para os papéis de neutra para compra e seu preço-alvo de R$ 11 para R$ 24 (upside de 23% em relação ao fechamento da véspera). No ano, as ações são destaque de ganhos do Ibovespa: os papéis acumulam alta de 100,10% em 2023 até o fechamento desta quarta.
De acordo com o banco americano, os principais motivos que o levaram a rever sua posição quanto à companhia de educação envolvem motivos operacionais, financeiros e de valuation.
Na primeira frente, a Yduqs deve se beneficiar de uma menor oferta na frente que atua. A empresa vem focando em segmentos premium, como medicina. Nesta área de estudos, por exemplo, o Ministério da Educação vem controlando o número de novas vagas, permitindo novos cursos apenas em regiões onde faltam profissionais.
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O fato de que os alunos dos segmentos premium têm a renda mais protegida em momentos de crise também é um diferencial para o BofA.
” A Yduqs se beneficia de uma tendência positiva dada a qualidade da base de estudantes capturada no ciclo passado com uma menor porcentagem de descontos”, falam os analistas. “Esperamos um impacto positivo disso tanto no PDA (provisão para contas duvidosas) quanto no capital de giro, que, junto com uma melhoria do ambiente macroeconômico, deve apoiar resultados sólidos e um desempenho ainda maior das ações”.
O BofA também destaca o resultado da empresa no primeiro trimestre. A companhia trouxe aumento da receita de 10,1% na base anual, chegando a R$ 1,3 bilhão, com o digital e o premium mais do que compensando o resultado do presencial. As ações subiram 23,8% no pregão seguinte à publicação.
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” Vemos espaço para revisões ascendentes das estimativas de ganhos dado o forte ciclo de captação no primeiro trimestre e com uma melhor combinação de cursos premium e de ensino a distância, agora representando cerca de 60% da receita”, falam.
A empresa tem também, segundo os especialistas, uma posição de caixa sólida, de R$ 17 bilhões, que a permite lidar com sua agenda de dívidas nos próximos dois anos.
“Vemos a Yduqs em uma posição única considerando sua alta liquidez, um balanço relativamente forte e o forte momentum de ganhos. Apesar de a companhia ter subido cerca de 40% nos últimos trinta dias, ainda vemos espaço para mais, dada sua alavancagem operacional e forte captação”, comentam. “O consenso de R$ 200 milhões de lucro líquido, com R$ 150 milhões registrados no primeiro trimestre, também ajuda, bem como as melhorias na percepção macro, que devem proporcionar algum alívio nas despesas financeiras”.
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Por fim, quanto ao valuation, o BofA menciona que a Yduqs negocia a um múltiplo de 5,1 vezes na relação entre valor de mercado e projeção de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) para 2024, em linha com os pares, mas com um desconto de 21% em relação à média histórica de cinco anos e com desconto de 17% em relação à média de três anos.
“Revisamos nossos números por conta do melhor aproveitamento operacional, ajustando o beta para uma nova média de dois anos para 1,4 e pelo menor risco setorial”, afirmam.