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BlackRock aposta em inteligência artifical como uma “megaforça” para os investimentos

Gestora vê ainda boas oportunidades em renda fixa atrelada à inflação

Bloomberg

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A BlackRock está apostando no “boom” de inteligência artificial ao se apegar à promessa de ganhos de produtividade. A maior gestora de ativos do mundo acaba de lançar uma visão positva sobre o tema, após um forte rali alavancado pela IA, que já impulsionou o melhor primeiro semestre de um ano para o índice Nasdaq 100, que tem uma concentração em ações de tecnologia.

A BlockRock escolheu fabricantes de semicondutores, empresas com vastos conjuntos de dados ou alto potencial de automação como os mais prováveis ​​de se beneficiar.

“Implementamos uma [visão] ‘overweight’ [acima da média do mercado] para IA como uma megaforça”, disse o braço de pesquisa da BlackRock em seu relatório publicado nesta quarta-feira (28). “Novas ferramentas de IA podem analisar e desbloquear o valor da mina de ouro de dados em que algumas empresas podem estar.”

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Os estrategistas da empresa ainda estão se preparando para uma recessão leve este ano e, portanto, uma desaceleração de curto prazo nas ações de países desenvolvidos. A BlackRock argumenta que os preços das ações não estão baixos o suficiente para refletir os riscos, embora esteja comprando tecnologia seletivamente, alcançando perto de 40% no rali da Nasdaq 100. A BlackRock já possui mais de 7% das ações da Nvidia.

“As ações de mercados desenvolvidos continuam sendo, de longe, o maior alicerce de nossos portfólios, especialmente ações dos EUA, mesmo quando as subestimamos ligeiramente”, disseram os estrategistas Jean Boivin, Wei Li e Vivek Paul no relatório. “Um investidor de longo prazo pode ignorar algumas das dores de curto prazo.”

Muitos investidores estavam se posicionando para uma crise de crédito no início deste ano, dado o colapso dos bancos regionais dos EUA e uma curva de rendimento do Tesouro profundamente invertida, dada a política agressiva de aperto monetário do Federal Reserve (Fed, banco central americano). Em vez disso, os dados econômicos e os lucros corporativos se saíram melhor do que o esperado, e então a IA entrou em cena para desencadear um renascimento nas ações.

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“Esses ganhos mascaram uma forte divergência no desempenho, com muitas ações ficando atrás no índice”, de acordo com o relatório. “Os ganhos do S&P 500 tornaram-se cada vez mais concentrados em um punhado de ações de tecnologia. Acreditamos que esse mercado de ações incomum mostra que uma megaforça como a IA pode ser um grande impulsionador de retornos, mesmo quando o ambiente macro não é seu amigo.”

Renda fixa

A BlackRock favorece os títulos de curto prazo dos EUA para renda, já que as taxas de juros provavelmente permanecerão altas por algum tempo. A expectativa é de que o Federal Reserve suba os juros para 5,75% ao ano e fique nesse nível até o segundo semestre de 2024.

A instituição financeira espera que o Fed mantenha a política rígida no longo prazo, em uma “mudança radical” em relação aos tempos pré-pandêmicos, para lidar com pressões inflacionárias persistentes. Essas serão alimentadas por restrições de oferta, envelhecimento da população e a transição para uma economia de baixo carbono, levando-a a ter um peso maior em títulos indexados à inflação.

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Recessão com pleno emprego

O BlackRock alertou sobre as “recessões de pleno emprego”, já que a economia agora é dominada por gargalos de oferta, e não pelas restrições de demanda do passado. A redução da oferta de trabalhadores em algumas economias significa que o baixo desemprego não é mais um sinal de saúde, afirmou.

“A ampla escassez de trabalhadores pode criar incentivos para as empresas manterem os trabalhadores, mesmo que as vendas caiam, por medo de não conseguir contratá-los de volta”, disse o relatório. “Isso pode ter um impacto maior nas margens de lucro corporativo do que no passado, à medida que as empresas mantêm o emprego, criando uma perspectiva difícil para as ações dos mercados desenvolvidos.”

Apesar de todos os ventos contrários, a BlackRock avalia que o novo regime macro está oferecendo muitas oportunidades, desde que os investidores sejam seletivos nas classes de ativos e aproveitem as mudanças estruturais, como o aumento da IA, a descarbonização e o crescimento dos empréstimos diretos privados.

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“Acreditamos que as exposições amplas em classe de ativos não fornecerão mais os retornos do passado. Os investidores podem encontrar oportunidades ficando mais seletivos”, afirmou. “As megaforças estão moldando o regime macro e as oportunidades de investimento. Aproveitar as mega forças requer avaliar continuamente o que os mercados precificaram.”

©2023 Bloomberg L.P.