Na China, Yellen demonstra preocupação com barreiras impostas a empresas americanas

Secretária do Tesouro dos EUA defendeu "relação estável e construtiva", mas se queixou de dificuldades impostas pelo parceiro comercial

Estadão Conteúdo

Bandeiras da China e EUA (Foto: Getty Images)
Bandeiras da China e EUA (Foto: Getty Images)

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Em visita à China, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, ressaltou, em discurso, sua preocupação diante de barreiras impostas pela China para empresas norte-americanas. Por outro lado, Yellen defendeu que a economia norte-americana não deve estar separada da chinesa e também que os dois países devem manter relação “estável e construtiva”.

Yellen chegou a Pequim na quinta-feira (6) para reuniões com líderes chineses em um ambiente de tensão entre os dois países, mas também acenando para uma tentativa de estabilização das relações. A viagem deve se estender por quatro dias.

“Estou comunicando as preocupações que ouvi da comunidade empresarial dos Estados Unidos – incluindo o uso pela China de ferramentas não comerciais, como subsídios ampliados para suas empresas estatais e empresas domésticas, bem como barreiras ao acesso ao mercado para empresas estrangeiras”, disse Yellen, em discurso divulgado nesta sexta-feira (7).

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“Fiquei particularmente preocupada com as ações punitivas que foram tomadas contra empresas americanas nos últimos meses”, acrescentou a secretária do Tesouro norte-americano.

Insumos para semicondutores

Outro ponto de preocupação mencionado por Yellen faz referência a um anúncio feito pela China esta semana de que iria adotar controles mais rígidos para a exportação de gálio e germânio, relevantes na produção de semicondutores, a partir de 1° de agosto. “Ainda estamos avaliando o impacto dessas ações, mas elas nos lembram da importância de construir cadeias produtivas resilientes e diversificadas”, disse Yellen.

Yellen defendeu ainda que “uma mudança em direção a reformas de mercado seria do interesse da China”, ressaltando que a economia de mercado contribuiu para o crescimento chinês e para a saída de milhões de pessoas da pobreza.

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Yellen também mencionou que os Estados Unidos não buscam uma “separação indiscriminada” da economia chinesa.

“Procuramos diversificar, não dissociar. Uma dissociação das duas maiores economias do mundo seria desestabilizadora para a economia global e seria praticamente impossível de realizar”, defendeu ela, ressaltando ainda que ações em proteção da segurança nacional norte-americana “não são empreendidas para obter vantagem econômica sobre a China”.

“Uma relação estável e construtiva entre os EUA e a China é do interesse dos trabalhadores e das empresas americanas”, finalizou Yellen.