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A Gol (GOLL4) divulgou na última quinta-feira (13) uma atualização para investidores com os números preliminares do segundo trimestre (2T23), trazendo números de receita líquida e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) superando as estimativas. Contudo, analistas ainda seguem cautelosos com as ações. Os ativos GOLL4 fecharam em baixa de 5,58%, a R$ 9,93, na sessão desta sexta-feira (14), em uma sessão negativa também para o Ibovespa, com queda de 1,30%.
O Itaú BBA pontua que os dados da Gol divulgados refletem a melhora ano a ano nos números de tráfego e yield. A receita unitária de passageiros (PRASK) esperada para o segundo trimestre é cerca de 9% maior em comparação com o 2T22, implicando receita total de R$ 4,1 bilhões, 2% acima do consenso.
Espera-se que o custo operacional por assento disponível por quilômetro (CASK) tenha baixa 7% em relação ao ano anterior, já que os custos mais baixos de combustível mais do que compensaram as despesas mais altas relacionadas a peças e os custos associados à devolução de aeronaves. Isso, segundo BBI, deve resultar em uma margem Ebitda (Ebitda sobre receita) próxima a 21%, 2 pontos percentuais (p.p.) acima da estimativa para o trimestre, mas 1 pp abaixo das estimativas do consenso de mercado.
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Com relação a alavancagem, o indicador Dívida Líquida/Ebitda deve ficar em 7,2 vezes no 2T23 (contra 7,9 vezes no 1T23), com liquidez total próxima a R$ 4,4 bilhões (estável vs. 1T23).
O BBA celebra os bons resultados preliminares 2T23, mas mantém uma visão conservadora sobre as ações devido à falta de visibilidade em seu plano de reestruturação de dívida.
O Bradesco BBI, por sua vez, comenta que o Ebitda da Gol ficou acima das suas projeções, refletindo o cenário de disciplina de capacidade no mercado de brasileiro, corroborando a expectativa de que a companhia manterá as tarifas aéreas fortes, apesar da redução de 19% nos preços dos combustíveis.
Com a atualização de projeções, BBI elevou preço-alvo de R$ 11 para R$ 13 para ações da companhia aérea, visando incorporar os resultados preliminares do 2T23 melhores do que o esperado e os preços mais baixos do petróleo para 2023 e 2024.
No entanto, manteve recomendação neutra para a GOL devido a: “1) a empresa ainda precisa chegar a um acordo definitivo com as empresas de leasing de aeronaves e 2) o risco de alta diluição do patrimônio pode limitar o potencial de valorização”.
O BBA também reiterou classificação equivalente à neutro, com preço-alvo de R$ 9.
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Por outro lado, o Citi tem recomendação de compra para os ADRs (recibo de ações negociados nos EUA) da Gol, com preço-alvo de US$ 7,75. “Os resultados preliminares parecem positivos no geral, com receita unitária total e margens Ebitda/ Ebit acima das expectativas do Citi”, avaliam, destacando que a operação parece estar apontando na direção certa.
No entanto, pondera, em relação a alguns de seus pares da América do Sul a gestão do balanço da operadora parece complexa.
Azul também em baixa
Cabe ressaltar que os papéis da Azul (AZUL4) também registraram perdas, de 6,29%, a R$ 16,97.
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Na véspera, a companhia anunciou ter precificado oferta no exterior de US$ 800 milhões em títulos de dívida sênior com garantia prioritária, com uma remuneração de 11,930% e vencimento em 2028.
O Bradesco BBI aponta que a emissão de títulos, bem como a conclusão da oferta de troca de suas notas seniores para 2024 e 2026, devem resolver o problema de liquidez da empresa.
Porém, parte do mercado pondera preocupação com exposição até 2028 e juros altos.