Tesouro Direto: juro de prefixado curto sobe para 10,32% com decisão do Fed no radar

Mercado aposta em retomada do ciclo de aumento dos juros nos Estados Unidos na próxima reunião do Fomc

Leonardo Guimarães

(Getty Images)
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Os juros dos títulos do Tesouro Direto apresenta alta nesta sexta-feira (14). No cenário externo, o diretor do Federal Reserve (Fed), Christopher Waller afirmou que vê mais dois aumentos de 25 pontos-base (0,25 ponto percentual) na taxa de juros básica americana até o fim do ano como necessários para levar inflação à meta de 2%.

Em evento na Universidade de Nova York, Waller disse que não vê razão para que a primeira dessas altas não seja na reunião deste mês. “A partir daí, precisarei ver os próximos dados. Se a inflação não continuar mostrando progresso e se não houver sugestões de uma desaceleração significativa na atividade econômica, então uma segunda alta de 25 pontos-base deverá acontecer mais cedo que tarde – mas essa decisão é para o futuro”, declarou.

A próxima reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) para decidir sobre os juros nos EUA acontece no dia 26 de julho. Dados do CME Group mostram que 96% dos agentes de mercado apostam em aumento de 25 pontos-base nos juros, para o intervalo entre 5,25% e 5,50%.

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No Brasil, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, deve comparecer à casa em 10 de agosto para prestar esclarecimentos sobre a condução da política monetária.

Entre os indicadores econômicos, destaque para o volume de vendas do varejo, que caiu 1% em maio na comparação com abril, segundo dados divulgados mais cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O desempenho de maio ficou abaixo do esperado pelo mercado: o consenso Refinitiv projetava estabilidade (0,0%) na comparação mensal.

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No Tesouro Direto, a rentabilidade do prefixado com vencimento em 2026 avançava de 10,20%, na sessão de ontem (13), para 10,32%, na segunda atualização do dia, às 11h52. O Tesouro Prefixado 2033 pagava um juro de 10,72%, ante 10,60% na véspera.

Entre os títulos de inflação, destaque para o Tesouro IPCA+ 2035, que tinha rentabilidade real de 5,27%, ante 5,23% ontem. Já o retorno real do papel com vencimento em 2032, com juros semestrais, subia de 5,19% para 5,23%.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na manhã desta sexta-feira (14):

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Campos Neto no Senado

Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, disse ontem (13) que o presidente do Banco Central deve comparecer à Casa no dia 10 de agosto para prestar esclarecimentos aos senadores. O agendamento da audiência com Campos Neto é parte de um movimento do Senado para pressionar pela redução da taxa básica de juros.

Pacheco lembrou que o artigo 11 da lei de autonomia estabelece que, a cada semestre, o presidente do BC deverá se apresentar à Casa, em arguição pública, para prestar esclarecimentos sobre as decisões tomadas no período de seis meses.

Vendas no varejo

Com o resultado divulgado hoje, o indicador acumula alta de 1,3% no ano e crescimento de 0,8% nos últimos 12 meses.

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Das oito atividades analisadas pela pesquisa, houve um empate. Quatro mostraram queda e quatro subiram. Entre as atividades que registraram queda, o destaque foi para o setor de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que recuou 3,2%. Isso após apresentar crescimento de 3,6% em abril.