“Devíamos celebrar redução da Selic”, diz presidente da CVM, antevendo momento de crescimento econômico

CEO da B3 e vice-presidente da Anbima também comemoraram resultado da reunião do Copom desta quarta-feira (2) em evento em São Paulo

Katherine Rivas

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Reunidos em um evento em São Paulo nesta quinta-feira (3), João Pedro Nascimento, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Gilson Finkelsztain, CEO da B3, e Pedro Rudge, vice-presidente da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), comemoraram a redução da taxa básica de juros de 13,75% para 13,25% ao ano.

“O Brasil deveria estar celebrando a redução da Selic, comemorando o otimismo com que a gente está enxergando a agenda econômica do País”, disse Nascimento. “Vamos observar um momento de crescimento econômico e função social por meio do mercado de capitais”.

Segundo o presidente da CVM, o mercado já antevê que a agenda desenvolvimentista da CVM será posta à prova. Nascimento destacou que em outubro entrará em vigor a Resolução 175, considerado o novo marco regulatório dos fundos de investimento, “já encontrando um Brasil estável, forte e resiliente e que olha para a taxa de juros em queda”.

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Nascimento elogiou ainda a elevação da classificação de risco do Brasil pela agência de rating Fitch, na semana passada. “Tenho certeza de que a CVM, junto ao Ministério da Fazenda e outras casas que trabalham para ter um país inclusivo, está conseguindo dar sua contribuição”.

Rudge, da Anbima, também celebrou o resultado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de ontem e apontou que a queda de juros é a condição inicial para a melhora do ambiente de investimentos.

“Os juros são o termômetro de que a economia está indo para uma direção adequada, reflexo de que o governo está dando atenção para controle fiscal, reforma tributária aprovada. Tudo isso acaba criando condições para que as empresas invistam e contratem mais, e os investidores apliquem mais”, pontuou.

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Para Rudge, a queda dos juros é o pontapé inicial desse movimento, que engloba outras variáveis. “Inicialmente, os juros acabam sendo um desafio muito grande para que investimentos produtivos aconteçam”, reforçou durante o evento, promovido pela Grant Thornton.

Finkelsztain, da B3, partilhou a mesma visão e afirmou que ver iniciando um ciclo de queda dos juros é fruto da responsabilidade fiscal e da observância de boas práticas. “Não precisa criar muito, basta fazer o básico – prestar atenção às contas públicas, exercer disciplina fiscal – que a gente consegue ter as contas em ordem e os juros voltando ao patamar adequado”, destacou.

Segundo Finkelsztain, juros mais baixos são um incentivo maior para migração de recursos da renda fixa.

Katherine Rivas

Repórter de investimentos no InfoMoney, acompanha ETFs, BDRs, dividendos e previdência privada.