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Os resultados do segundo trimestre de 2023 da Sabesp (SBSP3), publicado na noite dessa quinta-feira (11), foram considerados positivos pela maior parte dos analistas, que destacaram um desempenho operacional levemente melhor do que o esperado. Durante a teleconferência de resultados, algumas questões da atuação da estatal foram abordadas – bem como a privatização em linha.
“A Sabesp reportou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização na sigla em inglês) ajustado acima do esperado, devido a uma receita líquida melhor do que a antecipada (tanto em volume quanto em tarifa média), que compensou mais do que as despesas controláveis acima do esperado”, falou o time do Itaú BBA, encabeçado por Marcelo Sá.
O Ebitda ajustado, desconsiderando os efeitos do Programa de Desligamento Incentivado (PDI) da companhia ficou em R$ 2,22 bilhões, alta de R$ 2,22 bilhões, alta de 47,1% na base anual. A margem Ebitda ficou em 36,1%, ante 28,7% no mesmo período de 2022.
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No caso da receita, o BBA destaca que os volumes faturados no setor residencial se destacaram, bem como o reajuste anual de maio, de 12,8%.
Do outro lado, no negativo, o banco menciona que os custos vieram um pouco acima do esperado. “No front de custos, as despesas controláveis recorrentes foram ligeiramente acima da nossa estimativa, principalmente devido a pessoal, serviços e despesas de inadimplência”, menciona a equipe da instituição.
O time do Credit Suisse, liderado por Rafael Nagano, e o do Morgan Stanley, chefiado por Miguel Rodrigues, vão no mesmo sentido.
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“Os números operacionais da Sabesp vieram ligeiramente além das nossas expectativas (e do mercado) devido a melhores volumes e melhor mix de tarifas compensando o aumento geral dos custos”, fala o time da primeira instituição.
O Morgan Stanley, por sua vez, destaca que o Ebitda superou sua espectativa, apesar dos custos terem aumentado 23% na base anual. “Isso, principalmente devido a custos de R$ 530 milhões relacionados ao plano de demissão voluntária. Excluindo este efeito, teriam aumentado 2,9% em relação ao ano anterior, com destaque para os gastos com pessoal, com alta de 5% refletindo ajuste salarial de 4,9% desde maio”.
Sabesp de olho em execução e privatização
Durante a teleconferência de resultados, executivos da Sabesp tentaram endereçar as duas questões, bem como outras, caso da privatização.
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Segundo eles, a estatal ainda trata questões de despesas com pessoal com a agência reguladora, A ARSESP, para chegar a um bom nível de taxa, após alguns choques nos últimos anos – o que faz parte, também, do processo de privatização. Fora isso, o PDI deve ainda trazer mais alguns resultados até o final do ano.
“Temos uma agenda muito intensa com o time de regulação, levando esses temas e a preocupação com a sustentabilidade da companhia. Fazemos nosso dever de casa em reduzir o GAP e a agência está tentando entender também a forma como operamos. Buscamos uma eficiência melhor”, explicou André Salcedo, diretor executivo (CEO) que assumiu no começo do ano.
“Em relação à despesa de pessoal, estamos melhor do que a regulação permite. Por mais que melhoremos a eficiência, há uma tendência de migração quantitativa do time”, comentou.
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Na frente de regulação, os diretores dizem trabalhar na redução de incertezas.
“O governador entende isso, que é necessário buscar previsibilidade nos ciclos regulatórios. Nós estamos trabalhando ajudando”, falou Salcedo. “A privatização é tocada pelo Governo, tendo como autoridade o governador. No dia a dia, o assunto conta com a ajuda de duas secretarias internas. Foram contratadas assessorias técnicas para apoiar o projeto. Estamos apoiando com a nossa visão do que pode gerar valor para investidores e a sociedade e com informações”.
A XP, em relatório, afirmou que apesar dos resultados positivos é o assunto da privatização que deve, no futuro próximo, ser o principal gatilho para as ações da Sabesp.
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Quanto aos gastos com inadimplência, por fim, os executivos destacaram que eles colocaram no segundo trimestre um programa de renegociação em andamento – que deve trazer mais impactos no segundo semestre.