Milei se reúne com representantes do FMI após turbulência no mercado argentino

Congressista participou das negociações com seus assessores econômicos Carlos Rodríguez, Roque Fernández e Dario Epstein

Reuters

Javier Milei, presidente eleito da Argentina (Foto: Tomas Cuesta/Getty Images
Javier Milei, presidente eleito da Argentina (Foto: Tomas Cuesta/Getty Images

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LONDRES (Reuters) – O candidato presidencial da Argentina Javier Milei se reuniu com representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta sexta-feira, apenas alguns dias depois que uma eleição primária abalou os mercados do país.

O congressista Milei participou das negociações com seus assessores econômicos Carlos Rodríguez, Roque Fernández e Dario Epstein, segundo uma pessoa familiarizada com as negociações.

Participariam do encontro virtual o diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo, Rodrigo Valdés, e o vice-diretor Luis Cubeddu, juntamente com o chefe da missão para Argentina Ashvin Ahuja e o representante sênior do FMI no país Ben Kelmanson.

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Um porta-voz do FMI disse que a discussão com Milei e sua equipe “foi uma oportunidade de trocar opiniões sobre as perspectivas econômicas atuais para a Argentina e saber mais sobre suas prioridades de política econômica”.

O candidato de direita Milei recebeu 30% dos votos na eleição de domingo, em que todos os candidatos competem entre si, logo à frente do principal bloco conservador, com 28%, e dos peronistas de centro-esquerda, com 27%.

As primárias são vistas como um bom indicador de como será a votação nas eleições gerais de 22 de outubro, quando a Argentina escolherá seu presidente, vice-presidente, membros do Congresso e os governadores da maioria de suas províncias.

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O economista de 52 anos tem uma visão ousada de dolarizar a economia, livrar-se do banco central, cortar gastos do governo e eliminar e cortar impostos, entre outras medidas.

O resultado surpreendente das primárias provocou turbulência nos mercados de títulos e câmbio do país, levando o banco central a aumentar as taxas de juros em 21 pontos percentuais e o governo a desvalorizar a moeda em 18%.

A economia argentina é a maior devedora do FMI, com um empréstimo de 44 bilhões de dólares.

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O conselho executivo do FMI se reunirá em 23 de agosto para discutir um desembolso de 7,5 bilhões de dólares para a Argentina.

Com reservas líquidas negativas em moeda estrangeira e um labirinto de controles de capital para proteger o peso em queda, o país precisa do dinheiro do FMI para pagar os vencimentos do Fundo.

Milei enfrentará na eleição de outubro a candidata da oposição conservadora Patricia Bullrich e o ministro da Economia e peronista Sergio Massa.