Crises imobiliárias na China aumentam preocupações com desaceleração econômica

Evergrande Group pediu recuperação judicial nos EUA e bolsa de Hong Kong removou a incorporadora imobiliária Country Garden do índice Hang Seng

Estadão Conteúdo

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Sinais de desaceleração da economia da China ganharam um novo estágio em meio a crises de grandes empresas imobiliárias do país. Enquanto a gigante Evergrande Group protocolou pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, a bolsa de Hong Kong anunciou na sexta-feira (18) a remoção da incorporadora imobiliária Country Garden do índice Hang Seng, após sua saída da Bolsa de Xangai.

Investidores também acompanham o contexto de problemas recentes da gestora Zhongrong International Trust, que é conhecida por financiar projetos de construção de incorporadoras da China. A Dow Jones Newswires revelou que quatro produtos de trust da gestora deixaram de pagar US$ 14 milhões para três companhias listadas.

Após o calote da empresa, a gigante de gerenciamento de riquezas Zhongzhi afirmou que enfrenta uma crise de liquidez, durante encontro com investidores. A empresa tem exposição “considerável” ao setor imobiliário chinês, segundo reportagem da Reuters.

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Foi nesse ambiente que a China anunciou detalhes sobre o lançamento de novas medidas que visam fortalecer os mercados acionários e de títulos do país, em mais uma tentativa de tentar impulsionar a confiança de investidores.

Para a Gavekal Research, há uma preocupação de que o país esteja passando por um “momento Lehman”, que ameaça a solvência do sistema financeiro da China. “A boa notícia é que a vigilância regulatória significa que uma reprise da crise americana de 2008 é improvável. A má notícia é que as tensões da dívida de incorporadores imobiliários e veículos de financiamento do governo local estão se espalhando pela economia da China”, avalia a consultoria.

A Capital Economics acredita que o setor já passou por um “ajuste doloroso” e seus problemas já foram precificados. “É improvável que o impacto dos problemas do Country Garden seja tão severo quanto as consequências do calote do Evergrande há dois anos”, afirma a consultoria britânica. Ela, no entanto, que a economia chinesa está pior atualmente e “até mesmo um impacto menor pode ser desestabilizador”.