PMI de serviços da zona do euro atinge em agosto nível mais baixo em 30 meses

Índice de gerentes de compras recuou para 48,3 em agosto; PMI da indústria teve leve recuperação, mas índice composto caiu para 47,0

Roberto de Lira

(Christian Lue/Unsplash)
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O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços da zona do euro recuou de 50,9 para 48,3 entre julho e agosto, atingindo assim a mínima de três meses, de acordo com pesquisa realizada pela S&P Global em parceria com o banco HCOB. O dado ficou abaixo da mediana das projeções do mercado, que esperava queda menor, para 50,5. Um índice abaixo de 50 significa contração da atividade no mês.

O PMI industrial da área da moeda comum, por sua vez, avançou de 42,7 em julho para 43,7 em agosto, a segunda alta mensal seguida. Nesse caso, a projeção era pior, de um índice de 42,6.

Com isso, o PMI composto da zona do euro, que faz uma ponderação entre o setores de serviços e indústria, experimentou uma queda no mês, de 48,6 para 47,0. O nível mais baixo desde novembro de 2020. Se forem excluído os meses de pandemia, a leitura de agosto foi a menor desde abril de 2013.

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Segundo a S&P, a atividade empresarial da zona euro se contraiu em ritmo acelerado no mês, à medida que a recessão na região se espalha da indústria transformadora para o segmento de serviços.

As condições de demanda continuaram a piorar em ambos os setores. A entrada de novos negócios caiu globalmente pelo terceiro mês consecutivo, com a taxa de declínio acelerando para o nível mais rápido desde novembro de 2020. Excluindo a pandemia, a queda nos novos negócios foi a mais acentuada desde outubro de 2012.

Segundo Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank (HCOB), os dados e indústria e serviços da zona do euro levam a uma previsão que o PIB da região irá encolher 0,2% no terceiro trimestre.

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“A presidente do BCE, Christine Lagarde, soou o alarme de que a economia pode enfrentar salários mais altos e produtividade mais baixa, levando a uma inflação mais alta. Parece que essas preocupações estão prestes a tornar-se realidade, pelo menos para o vasto setor dos serviços”, disse em nota.

Segundo ele, nesse setor, os salários aumentaram a um ritmo acelerado em agosto. Entretanto, a estagnação do emprego está combinada com a diminuição da produção, ou seja, isso resulta numa produção per capita mais baixa. “Como resultado, o BCE poderá estar mais relutante em interromper o ciclo de subidas em setembro.”