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A Nestlé Brasil assinou nesta quinta-feira (7) o contrato para aquisição do Grupo CRM, dono das marcas Kopenhagen e Brasil Cacau. O valor da operação não foi divulgado mas, segundo apuração do IM Business, seria de, aproximadamente, R$ 4,5 bilhões. As envolvidas esperam que o negócio seja finalizado em 2024. O escritório de advocacia Mattos Filho assessorou a Kopenhagen nas negociações. O UBS BB assessorou a parte compradora.
A Kopenhagen havia sido comprada em 2020 por fundos da gestora de private equity americana Advent, que decidiu sair do negócio agora. Este é o segundo desinvestimento da americana no varejo brasileiro neste trimestre: em agosto, o fundo zerou sua participação no Carrefour do Brasil. Contudo, as motivações para cada operação são diferentes. Enquanto a saída do Carrefour mirava na redução de exposição a um setor que passa por desafios, com a Kopenhagen, a motivação era a realização de lucro.
Nos três anos que teve o controle do negócio, a Advent impulsionou a abertura de novas lojas, cumprindo os planos de expansão do Grupo e acelerou a transformação digital da rede. “Sob o controle da Advent, o grupo CRM cresceu significativamente, consolidando-se como líder do segmento de chocolates premium e uma das principais empresas do pujante mercado de franquias brasileiro”, diz, em nota, Wilson Rosa, sócio da Advent corresponsável pelos investimentos em empresas de varejo e consumo na América Latina. Desde 1997, a Advent investiu em 24 empresas dos dois setores na região.
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Com a operação, a Nestlé comprou toda a participação no Grupo CRM que pertencia ao Dutch FIP — que possui um patrimônio líquido de R$ 1,98 bilhões, segundo informe registrado na CVM — e cujos cotistas são fundos geridos pela Advent International.
O negócio está sujeito à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e será submetido ao órgão regulador nas próximas semanas.
Negócio de família
Renata Vichi é CEO do Grupo CRM há 25 anos e continuará como acionista e à frente da operação. Fundada em 1928 por dois imigrantes europeus, a Kopenhagen foi adquirida por Celso Moraes, pai de Renata, em 1996. Vichi entrou na companhia quando a empresa faturava pouco mais de R$ 38 milhões e, apenas na Páscoa de 2023, a companhia faturou R$ 500 milhões. “Partimos de um grupo familiar que sempre teve uma governança robusta, com uma cultura forte e propulsora, onde a preservação dos territórios de cada marca e seus movimentos sempre foi prioridade. Com valores inegociáveis crescemos e nos estabelecemos como um dos maiores grupos franqueadores do país. Ao lado da Advent, fizemos em 3 anos o resultado que era esperado para 5, e hoje firmamos essa parceria com a Nestlé certos de que ainda temos um longo caminho a percorrer até o nosso sonho grande”, afirmou, em nota, Renata Vichi.
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Leia também: Kopenhagen: como Renata Vichi transformou a marca tradicional em um grupo que fatura R$ 1,5 bi
Com mais de 1.000 lojas, o Grupo CRM é um dos maiores franqueadores do Brasil. E a chegada da Nestlé servirá para alavancar ainda mais o crescimento. “Entendemos que temos uma grande oportunidade de acelerarmos segmentos de maior valor agregado, fortalecendo ainda mais a categoria de Chocolates no Brasil”, afirma, também em nota, Marcelo Melchior, CEO da Nestlé Brasil.
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