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O setor distribuidor de veículos elevou, na terça-feira (3), as projeções para as vendas de automóveis e comerciais leves em 2023, após resultados positivos do programa de incentivo do governo federal lançado em junho. A estimativa da Fenabrave, associação de concessionárias, para os licenciamentos de carros e comerciais leves passou de estabilidade quando foi divulgada em janeiro para alta de 7,3%, a 2,1 milhões de unidades.
A melhora na projeção decorre “em função das Medidas Provisórias, editadas pelo governo, e do aumento das vendas corporativas”, afirmou a Fenabrave, em comunicado à imprensa. A entidade se referiu ao programa do governo lançado em junho que concedeu créditos tributários para a venda de veículos leves novos [carros populares]. Os recursos do programa, que foram destinados direto ao consumidor final, se esgotaram cerca de um mês depois do seu lançamento.
Segundo a Agência Brasil, foram disponibilizados R$ 650 milhões, teto do programa, já descontados os impostos. De acordo com o balanço do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), 125 mil carros foram comercializados com descontos entre R$ 2 mil e R$ 8 mil, ou 1,7% e 11,7%.
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Já a expectativa para vendas de caminhões foi cortada para queda de 20% a 23%, para cerca de 96 mil veículos, ante projeção inicial de estabilidade neste ano, pressionada pela queda na demanda gerada pela elevação dos preços de novos modelos e restrição nas linhas de crédito.
A Fenabrave estimou ainda que as vendas de ônibus devem subir cerca de 18,2% este ano, para 26 mil unidades, melhora ante a expectativa de janeiro de crescimento de 4,5%. A entidade citou que o desempenho mais recente do segmento tem sido “surpreendente, devido à recuperação do setor rodoviário e de fretamento, e à velocidade e eficiência na implantação do Programa Caminho da Escola”.
Mercado
Os emplacamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus em setembro caíram 4,8% na comparação com agosto, apresentando leve alta de cerca de 2% na relação anual, para 197,7 mil unidades, segundo os dados da Fenabrave.
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A queda nas vendas ocorreu por “número menor de dias úteis”, três, ante agosto, com o mercado mostrando recuperação nos licenciamentos por dia útil, segundo a entidade.
“Os resultados foram superiores à média mensal do ano, especialmente, sobre os emplacamentos do 1º semestre”, afirmou o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Jr.
A média de emplacamentos diários de automóveis e comerciais leves foi de 9.372 unidades em setembro ante 8.560 em agosto, um aumento de quase 9,5%, segundo os dados da Fenabrave.
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Andreta Jr. afirmou que “boa parte” do crescimento ocorreu diante de vendas “corporativas”, realizadas a empresas frotistas como locadoras de veículos, enquanto o ritmo no varejo segue abaixo do esperado.
No acumulado do ano, as vendas de veículos novos registram alta de 8,45%, a 1,63 milhão de unidades.
O segmento de carros e comerciais leves eletrificados mostrou salto de 32,3% na comparação com setembro de 2022, com vendas de 8.458 unidades. No ano, o segmento mostra aumento de quase 68%.
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Já o segmento de caminhões segue mostrando fraqueza, com os licenciamentos recuando 23,8% sobre setembro de 2022 e caindo 5,8% sobre agosto deste ano, apesar do programa do governo federal de incentivo às vendas. No ano, o segmento acumula baixa de 17,5%, o único entre os acompanhados pela Fenabrave a permanecer no vermelho.
“O crédito restrito e o ajuste de preços dos novos modelos afetou o desempenho do mercado (de caminhões). Ao menos, tivemos evolução nos emplacamentos diários na comparação com agosto”, disse Andreta Jr.