Ação da Americanas (AMER3) ameniza, mas ainda fecha em alta de 6,25% após apresentar proposta aos credores

A Americanas entrou em recuperação judicial na Justiça do Rio com dívidas de R$ 43 bilhões

Equipe InfoMoney

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A ação da Americanas (AMER3) teve uma sessão de ganhos nesta quarta-feira (11): os papéis fecharam em alta de 6,25%, a R$ 0,85. Na máxima do dia, os papéis subiram 18,75%, a R$ 0,95; cabe ressaltar o baixo valor de face do ativo, fazendo com que uma variação de centavos leve a uma variação percentual significativa das ações.

A varejista fez uma nova reunião com bancos ontem e manteve a capitalização de R$ 12 bilhões da dívida da empresa, segundo informações divulgadas em fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na tarde de ontem. Ainda de acordo com a varejista, ela vai emitir uma nova dívida de R$ 1,875 bilhão para refinanciar parte das dívidas concursais existentes.

O formato da capitalização, porém, mudou. Antes, a Americanas propunha um aporte de R$ 10 bilhões por parte do trio de acionistas de referência, formado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, além de uma possível capitalização de R$ 2 bilhões no futuro, a depender do desempenho financeiro da companhia. Pela proposta feita hoje, esses R$ 2 bilhões também serão aportados no curto prazo, sem condicionantes.

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Em abril, os bancos demandavam que esses R$ 2 bilhões futuros fossem aportados na companhia de imediato, justamente por entender que isso amplia a perspectiva de recuperação dos créditos.

Os R$ 12 bilhões incluem ainda R$ 2 bilhões de um empréstimo debtor-in-possession (feito a empresas em recuperação judicial, e que dá prioridade de recebimento ao credor) realizado pelo trio. Desse montante, a Americanas já recorreu a duas tranches – uma de R$ 1 bilhão e outra de R$ 500 milhões – para manter as operações em funcionamento enquanto o acordo não acontece.

Segundo a Americanas, a negociação, que está em fase avançada, ainda continua com a previsão de pagar integralmente as Classes I (trabalhista) e IV (micro e pequenas empresas) da recuperação judicial. Também inclui alternativas de pagamento diferenciado para fornecedores, nos termos do plano de recuperação judicial enviado à Justiça no dia 20 de março.

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“A Companhia segue empenhada nas negociações destes termos com seus credores financeiros, em busca de uma solução sustentada que permita a continuidade de suas atividades”, diz a diretora financeira e de relações com investidores, Camille Loyo Faria, no fato relevante à CVM.

De acordo com Adilson Bolico, advogado do Instituto Empresa, o aumento de capital que está referido por parte dos controladores no documento merece atenção em relação à repercussão societária, pois pode diluir a participação dos minoritários.

Segundo o especialista, este movimento traz um clima de preocupação para os acionistas. “Há um ponto de repercussão societária para os acionistas neste Fato Relevante, além de outros aspectos, mas tudo isso ainda é muito nebuloso. O fato é que o aumento de capital, com empréstimo já ajustado, que consta neste documento, traz privilégios aos controladores com relação à companhia”, afirma.

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A Americanas entrou em recuperação judicial na Justiça do Rio com dívidas de R$ 43 bilhões, após informar uma fraude contábil da ordem de R$ 20 bilhões.

(com Estadão Conteúdo)