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JERUSALÉM/NOVA YORK/TEL AVIV (Reuters) – As Forças Armadas de Israel pediram nesta sexta-feira que todos os civis da Cidade de Gaza, com mais de 1 milhão de habitantes, se mudem para o sul dentro de 24 horas, enquanto acumulavam tanques para uma esperada invasão terrestre em resposta a um ataque devastador do grupo militante Hamas.
A Organização das Nações Unidas disse que a retirada de todos é impossível com o corte do fornecimento de energia e a escassez de alimentos e água no enclave palestino após uma semana de ataques aéreos e um bloqueio israelense total.
Importantes autoridades dos Estados Unidos se dirigiram para conversações urgentes em Israel e em outros países, em meio a temores de que o conflito possa se espalhar, com o Irã alertando sobre uma resposta de seus aliados, que incluem o Hamas e o Hezbollah no Líbano.
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Protestos pró-palestinos foram planejados em todo o mundo e, em alguns lugares, as comunidades judaicas temiam que pudessem ser alvo de ataques após operação sem precedentes do Hamas no fim de semana em Israel, que mataram mais de 1.300 pessoas, a maioria civis.
“Estamos prontos para participar da luta e livrar os palestinos das atrocidades israelenses”, disse Muntadhar Kareem, 25 anos, um professor entre milhares de iraquianos que protestavam em Bagdá.
As Forças Armadas israelenses prometeram operar de forma “significativa” nos próximos dias, um dia depois que o ministro da Defesa, Yoav Gallant, disse que “agora é hora de guerra”.
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“Civis da Cidade de Gaza, saiam para o sul para sua própria segurança e a segurança de suas famílias e se distanciem dos terroristas do Hamas que os estão usando como escudos humanos”, disseram os militares, acusando o Hamas de se esconder em prédios civis.
Um representante do Hamas pediu aos cidadãos que não caíssem no que chamou de “propaganda falsa” e havia poucos sinais de civis saindo na manhã de sexta-feira.
O enviado palestino ao Japão acusou os israelenses de tentar destruir completamente Gaza, onde mais de 1.500 palestinos já foram mortos em ataques de retaliação.
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Grande parte da população é descendente de refugiados que fugiram ou foram expulsos de seus lares em Israel em sua fundação, em 1948.
“Hoje, Israel está repetindo isso diante dos olhos do mundo”, disse à Reuters o analista de Gaza Talal Okal.
Israel diz que o terrível ataque aos seus civis significa que deve aniquilar o grupo militante e que os outros precisam sair do caminho. Os túneis do Hamas, os complexos militares, as residências dos membros da alta cúpula e os depósitos de armas estavam entre os 750 alvos militares atingidos durante a noite.
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A ala militar do Hamas disse que os últimos ataques aéreos mataram 13 pessoas entre as dezenas que capturou de Israel e que, em resposta, disparou 150 foguetes contra Israel.
As Nações Unidas disseram que o pedido de Israel para que os civis de Gaza saiam não poderia acontecer “sem consequências humanitárias devastadoras”, provocando uma repreensão de Israel, que disse que deveria condenar o Hamas e apoiar o direito de autodefesa de Israel.
Uma invasão terrestre da estreita e densamente povoada Faixa de Gaza, onde vivem 2,3 milhões de pessoas, representa um sério risco, com o Hamas ameaçando matar seus reféns.
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Horas após o pedido de retirada israelense, não havia sinais de que as pessoas estivessem deixando a Cidade de Gaza, onde dezenas se reuniram no Hospital al-Shifa, prometendo permanecer no local.
Os palestinos nas áreas sul e central do enclave, para onde se esperava que as pessoas fugissem, disseram que os ataques aéreos atingiram essas áreas durante a noite, e as partes centrais também foram atingidas na manhã de sexta-feira. Não houve nenhum comentário imediato de Israel.
O escritório humanitário da ONU (OCHA) disse que mais de 400.000 pessoas haviam fugido de suas casas em Gaza e que 23 trabalhadores humanitários morreram. “O deslocamento em massa continua”, afirmou.
A agência de refugiados palestinos da ONU (UNRWA) disse que havia transferido seu centro de operações central e sua equipe internacional para o sul de Gaza e pediu a Israel que poupasse seus abrigos.
Buscando obter apoio para sua resposta, o governo de Israel mostrou ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e aos ministros de Defesa da Otan imagens gráficas de crianças e civis que, segundo eles, o Hamas havia matado em um tumulto no fim de semana em Israel.
“É simplesmente uma depravação da pior forma imaginável”, disse Blinken, juntando-se a outros que pediram a Israel que demonstrasse moderação, ao mesmo tempo em que reiterou o apoio dos Estados Unidos, dizendo: “Nós sempre estaremos ao seu lado”.
(Reportagem de Henriette Chacar, Dedi Hayun, Maayan Lubell, Emily Rose, James Mackenzie e Stephen Farrell em Jerusalém, Michelle Nichols em Nova York, Emma Farge em Genebra, Jeff Mason em Washington, Humeyra Pamuk em Tel Aviv, Steve Gorman e Dan Whitcomb em Los Angeles e Emma Farge em Genebra)