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CAIRO/WASHINGTON (Reuters) – Os Estados Unidos ainda estão discutindo detalhes de um acordo com Israel e Egito nesta quinta-feira para levar ajuda aos palestinos na Faixa de Gaza, enquanto o Egito envia máquinas para reparar estradas, na expectativa de que a passagem de Rafah seja aberta em breve.
Rafah é a única passagem de Gaza não controlada pelos israelenses, mas está fora de operação há quase duas semanas, desde que o grupo islâmico palestino Hamas atacou Israel em 7 de outubro.
Israel bombardeou o enclave em retaliação, piorando as condições para as 2,3 milhões de pessoas que vivem no território que está sob bloqueio de Israel e do Egito desde que o Hamas assumiu o controle de Gaza, em 2007.
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A Casa Branca disse na quarta-feira que foi combinada a passagem de até 20 caminhões, com esperança de que mais veículos também façam o trajeto posteriormente.
No entanto, o recém-nomeado enviado especial dos EUA para questões humanitárias no Oriente Médio, David Satterfield, ainda se reunia na quinta-feira com autoridades israelenses e egípcias para “negociar as modalidades exatas” desse acordo, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
“Queremos ver assistência humanitária sustentada indo para Gaza para o benefício de civis inocentes”, disse Miller.
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Miller afirmou que Israel temia que o Hamas pudesse desviar a ajuda, que Washington acreditava ser legítima.
A atividade diplomática em torno da abertura da passagem de Rafah se intensificou. O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, recebeu o principal general dos EUA, que supervisiona as tropas no Oriente Médio, além do rei Abdullah, da Jordânia, e o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres. O representante da ONU pediu no Cairo que o auxílio seja oferecido em grande escala e de forma sustentada.
O Egito também irá realizar no sábado uma cúpula sobre a crise de Gaza e o futuro da questão palestina, na qual é esperada a participação de Guterres.
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“O Egito procura trazer a ajuda humanitária acumulada à frente do lado egípcio e que esta entrada seja contínua, permanente e sem interrupção”, disse o ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shoukry, falando ao lado de Guterres.
A maioria dos residentes de Gaza dependia de ajuda antes do início do conflito atual e cerca de 100 caminhões diariamente forneciam ajuda humanitária ao enclave, segundo as Nações Unidas.
(Reportagem de Yusri Mohamed, Aidan Lewis e Mohamed Ahmed Hassan e de Simon Lewis em Washington; reportagem adicional de Humeyra Pamuk)