Índices de NY caminham para encerrar outubro em queda; decisão do BOJ, dado fraco da China e mais destaques do mercado hoje

Dados da zona do euro, como inflação e PIB, além de Pnad no Brasil também ganham destaque

Felipe Moreira

(Shutterstock)
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Os índices futuros dos Estados Unidos operam mistos nesta manhã de terça-feira (31) e caminham para encerrar outubro no campo negativo, às vésperas da “Super Quarta”, quando saem as decisões de política monetária tanto dos EUA quanto do Brasil.

As taxas de depósitos futuras do Fed sugerem uma probabilidade de aproximadamente 98% de que o banco central americano manterá as taxas, de acordo com a ferramenta CME FedWatch.

O Nikkei, do Japão, encerrou a sessão em alta após a decisão de política monetária do Banco do Japão (BOJ), enquanto outros mercados da Ásia-Pacífico fecharam em baixa devido à contração inesperada da atividade manufatureira na China.

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O Banco do Japão manteve a sua taxa de empréstimo de curto prazo e disse que tornou mais flexível a sua política de controlo da curva de rendimentos.

Já o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial da China para outubro atingiu 49,5, contra uma expectativa de pesquisa da Reuters de 50,2.

Enquanto isso, os mercados europeus avançam à medida que os investidores avaliavam uma enxurrada de dados econômicos e lucros corporativos.

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Por aqui, o Ibovespa iniciou semana em baixa de 0,68%, no menor nível desde 1º de junho, com as palavras do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na segunda-feira (30), contribuindo para estender o mal-estar da última sexta, quando os comentários do presidente Lula sobre a meta de déficit zero para o resultado primário em 2024 acenderam luz amarela para os investidores.

No campo econômico, o Comitê de Política Monetária (Copom) inicia hoje sua reunião de dois dias, com expectativa pela redução da Selic em 0,5 ponto percentual.

Além do primeiro dia de reunião do Copom, investidores aguardam pelos dados da PNAD Contínua do 3º trimestre. O consenso Refintiv aponta para uma taxa de desemprego de 7,7% no período.

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1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam sem direção única nesta terça-feira após alta da véspera, enquanto investidores se preparam para decisão de política monetária do Fed amanhã.

O Dow e o S&P 500 caem 1,7% e 2,8% em outubro, respectivamente, no terceiro mês negativo consecutivo. Isto marca a primeira série de perdas de três meses para ambos os índices desde março de 2020. O Nasdaq, por sua vez, caiu mais de 3% no mês até o momento, também a caminho do terceiro mês negativo consecutivo.

Os investidores também estarão atentos aos resultados da Caterpillar, Pfizer, Caesars Entertainment e Advanced Micro Devices.

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Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam em baixa, com exceção do Nikkei, do Japão, que fechou no azul após o Banco do Japão manter a sua taxa de empréstimo de curto prazo e tornar mais flexível a sua política de controle da curva de rendimentos.

O iene, do Japão, por sua vez, enfraqueceu depois de o banco central do país ter mantido as taxas de juro estáveis ​​e ter dito que permitiria mais flexibilidade na sua política de controlo da curva de rendimentos.

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O Banco do Japão disse que o nível-alvo do rendimento dos títulos do governo japonês de 10 anos será mantido em 0%, mas tomará o limite superior de 1% “como referência”.

Na frente de dados, os índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial da China para outubro atingiu 49,5, contra uma expectativa de pesquisa da Reuters de 50,2.

Europa

Os mercados europeus operam no terreno positivo, com investidores repercutindo dados econômicos do velho continente.

A inflação da França atingiu 4% em termos anuais em outubro, abaixo dos 4,9% em Setembro, à medida que os aumentos de preços continuam a diminuir em toda a zona euro.

A inflação na Alemanha, por sua vez, foi estimada em 3,8% em outubro, o nível mais baixo desde agosto de 2021, enquanto os preços caíram 0,2% mês a mês numa base harmonizada da UE.

O PIB preliminar do 3º trimestre da Zona do Euro atingiu alta de 0,1% versus o ano anterior e -0,1% na base trimestral, abaixo do esperado. O consenso Refinitiv apontava para estabilidade na comparação trimestral e alta anual de 0,2%.

Já o índice de preços ao consumidor de outubro ficou em 2,9%, abaixo da previsão do consenso Refinitiv, que era de alta anual de 3,1%.

Commodities

Os preços do petróleo sobem antes das reuniões dos principais bancos centrais do mundo em meio ao aumento das tensões no Oriente Médio.

O petróleo caiu mais de 3% na segunda-feira, à medida que os ataques de Israel a Gaza aumentavam, embora diminuíssem os temores de que a guerra entre Israel e o Hamas pudesse interromper o abastecimento da região.

Tropas e tanques israelenses atacaram a principal cidade do norte de Gaza pelo leste e pelo oeste na segunda-feira, três dias depois de iniciar as operações terrestres no enclave palestino.

As cotações do minério de ferro na China também fecharam com alta, apesar da contração do PMI industrial da China

Bitcoin

2. Agenda

A agenda doméstica desta terça-feira será marcada pela PNAD Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nos EUA, investidores aguardam pelo índice de confiança do consumidor de outubro, que será divulgado às 11h (horário de Brasília).

Brasil

9h: Pesquisa PNAD

10h: Início do primeiro dia de reunião do Copom

10h: Presidente Lula tem reunião com membros do Conselho Político da Coalizão

EUA

10h: Índice de preços de imóveis

10h45: PMI Fed Chicago

11h: Confiança do consumidor

11h30: Índice de serviços Fed Dallas

3. Noticiário econômico

Procurador pede que TCU avalie ‘tomada de decisões’ da Fazenda sobre meta de déficit zero

O subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, que atua no Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), protocolou uma representação para que a Corte acompanhe e avalie as “tomadas de decisões” do Ministério da Fazenda sobre a proposta de zerar o déficit primário no próximo ano. O TCU ainda precisa analisar se adota ou não a sugestão do representante do MP no tribunal.

No documento, Furtado cita as recentes notícias envolvendo as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o objetivo da equipe econômica, assim como a resposta dada nesta segunda por Fernando Haddad. “Minha meta está mantida para buscar equilíbrio fiscal de todas as formas justas e necessárias”, disse o ministro da Fazenda em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, 30.

Furtado pede que o TCU adote medidas para “conhecer e avaliar as tomadas de decisões adotadas pelo Ministério da Fazenda com relação ao eventual cumprimento da meta de zerar o déficit fiscal em 2024” e, cautelarmente, determine a criação de “força de trabalho” para acompanhar as medidas da equipe econômica e remeter esse monitoramento para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado.

4. Noticiário político

Lula se reúne com líderes da Câmara nesta terça-feira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizará nesta terça seu primeiro encontro com líderes da Câmara desde a reforma ministerial e a troca no comando da Caixa Econômica Federal. A reunião está prevista para as 10h.

A expectativa do Planalto é acelerar a votação das pautas econômicas consideradas prioritárias para governo antes do recesso parlamentar. A reforma, promovida em setembro, e a recente troca na Caixa foram feitas para agradar o Centrão.

Na última sexta-feira, o presidente afirmou que dificilmente o governo vai cumprir a meta de zerar o déficit e disse que o mercado financeiro era “ganancioso” ao exigir que o governo cumprisse o prometido. Nesta segunda, Haddad evitou falar diretamente que o governo irá manter a meta zerada.

Presidente da Comissão de Orçamento ignora Lira e adia votação da LDO

A presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso, senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB), ignorou as pressões do Centrão e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e não marcou reunião esta semana para votar o parecer preliminar do projeto de lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024. A medida pode atrapalhar os planos dos parlamentares de votar a proposta na semana do dia 20 de novembro.

O governo vem adiando as discussões para tentar frear a pressão por um controle maior do Legislativo sobre as verbas e para aguardar a votação de outras medidas da pauta econômica pelo Congresso.

5. Radar Corporativo

GPA (PCAR3)

O GPA (PCAR3), grupo varejista dono das bandeiras Pão de Açúcar e Extra, reportou prejuízo líquido consolidado de R$ 1,285 bilhão no terceiro trimestre de 2023 (3T23). A cifra negativa é 426% maior que o prejuízo registrado no mesmo período do ano passado, de R$ 244 milhões. O prejuízo líquido dos acionistas controladores consolidado foi de R$ 1,295 bilhão no terceiro trimestre de 2023, um valor mais de quatro vezes maior (+337,3%) do que o registrado no mesmo período de 2022.

Já o lucro líquido controladores – operações continuadas – foi de R$ 809 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 229 milhões no mesmo período do ano passado.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) ajustado, registrou crescimento da ordem de 478%, para R$ 1,137 bilhão, ante R$ 197 milhões registrado um ano antes.

Assaí (ASAI3)

O nível ainda elevado dos juros impactou o resultado do Assaí, que fechou o terceiro trimestre com  lucro líquido  de R$ 185 milhões, queda de 34,2% em relação a igual período do ano passado (R$ 281 milhões).  No acumulado do ano, o lucro líquido ficou em R$ 413 milhões, um recuo de 49,3% ante mesmo período do ano anterior.

Quando se olha para os dados operacionais, no entanto, o quadro é bem mais positivo. A rede de atacarejo mostrou um crescimento de 22% de seu faturamento, para R$ 18,2 bilhões. A receita líquida somou R$ 17,0 bilhões, o que representa um avanço de 22,9% em comparação ao terceiro trimestre de 2022. Já o Ebitda ajustado pré-IRFS 16 foi de R$ 911 milhões, crescimento de 21,9%. Sob esse critério, a margem Ebitda ficou em 5,4%.

ISA Cteep (TRPL4)

A transmissora de energia ISA Cteep (TRPL4) registrou aumento de 22,7% no lucro líquido no terceiro trimestre de 2023 em relação a igual período do ano passado, saindo de R$ 386,7 milhões para R$ 474,5 milhões.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 876,6 milhões, alta anual de 17,9%. No entanto, a elétrica registrou uma queda da margem Ebitda de 0,6 p.p. (pontos percentuais), para 80,2%.

Ambev (ABEV3)

A Ambev (ABEV3) apresentou lucro líquido consolidado de R$ 4,015 bilhões no terceiro trimestre de 2023, o que representa um crescimento de 24,9% em relação ao mesmo período do ano passado. A empresa também divulgou lucro líquido ajustado, de R$ 4,038 bilhões, montante 25,1% maior que o apurado um ano antes.

A receita líquida somou R$ 20,317 bilhões entre julho e setembro, uma queda de 1,3% ante um ano antes no conceito reportado, mas avanço de 19,3% no conceito orgânico.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)