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Os mercados mundiais amanhecem no campo positivo nesta segunda-feira (6), dando continuidade ao impulso positivo da última sexta-feira (3), quando um relatório fraco sobre o emprego nos EUA reforçou a expectativa de manutenção dos juros em dezembro.
Os Estados Unidos criaram 150 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês de outubro, abaixo do esperado e com forte queda ante os surpreendentes 297 mil novos postos de trabalho em setembro. Isto aliviou as preocupações de que o Federal Reserve continue a aumentar as taxas de juro.
Além disso, os traders estarão atentos ao presidente do Fed, Jerome Powell, que deverá falar duas vezes nos próximos dias. Na semana passada, o banco central manteve as taxas pela segunda reunião consecutiva, à medida que os rendimentos dos títulos caíam e os investidores esperam que a sua campanha de aumento das taxas possa terminar.
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Enquanto isso, a temporada de balanços americana chega na reta final, com 400 empresas do S&P 500 tendo divulgado os seus resultados financeiros trimestrais. Walt Disney, Wynn e MGM Resorts e DR Horton estão entre os números de destaque.
Na Ásia, os mercados asiáticos fecharam no azul, com destaque para alta de 5% das ações da Coreia do Sul, depois do país ter imposto novamente a proibição de vendas a descoberto.
Por aqui, o noticiário corporativo também continua em foco nesta semana, com divulgações de resultados de companhias como Petrobras (PETR4), Gol (GOLL4), BB Seguridade (BBSE3), Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4). Nesta segunda, antes da abertura, Gol, BB Seguridade, Embraer e Inter&Co divulgam os seus números.
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Atenção ainda para uma mudança na B3, que passará a fechar mais tarde a partir de hoje, por causa do fim do horário de verão nos Estados Unidos, como ocorre todos os anos. A pré-abertura do mercado de ações seguirá às 9h45 e a abertura do mercado, às 10h. Já o fechamento à vista passará agora para às 18h.
Voltando para a agenda econômica, atenção para a ata do Copom, que deve detalhar os aspectos envolvidos na tomada da decisão que cortou 50 pontos base da taxa Selic, e o IPCA de outubro dividem as atenções dos investidores locais.
Em meio à isso, o mercado acompanha as últimas tentativas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para convencer o presidente Lula a manter a meta fiscal em zero, pelo menos, até março.
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1.Bolsas Mundiais
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA sobem nesta manhã de segunda, em semana de pouco indicadores relevantes no país e atenções voltadas para falas dos membros do Fed, em especial Jerome Powell, presidente da autoridade monetária.
A governadora do Fed, Lisa D. Cook, deve falar na tarde desta segunda-feira. Vários outros integrantes do Fed também farão comentários públicos no final da semana, incluindo o presidente e CEO do Federal Reserve de Nova York, John Williams, o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, o presidente do Federal Reserve de Richmond, Thomas Barkin, e o presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan.
Embora a esta semana seja fraca em termos de dados econômicos e de lucros das empresas, os ventos favoráveis sazonais poderão ajudar a promover a recuperação das ações. Novembro é o mês com melhor desempenho para o S&P 500, de acordo com o Stock Traders’ Almanac.
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Veja o desempenho dos mercados futuros:
- Dow Jones Futuro (EUA), +0,12%
- S&P 500 Futuro (EUA), +0,14%
- Nasdaq Futuro (EUA), +0,18%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam com alta generalizada, com destaque para forte alta das ações sul-coreanas, após o governo ter imposto novamente a proibição das vendas a descoberto, enquanto a maioria dos mercados da região se animaram com um relatório fraco de emprego nos EUA, que ajudou a reduzir as expectativas das taxas de juro.
As autoridades financeiras da Coreia do Sul afirmaram que as vendas a descoberto serão proibidas até ao final de junho de 2024. A venda a descoberto ocorre quando um trader vende ações emprestadas para recomprar por um preço mais baixo e embolsar a diferença.
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Já a atividade empresarial do Japão expandiu-se em outubro, mas ao ritmo mais suave este ano. O índice final de gestores de compras (PMI) caiu para 51,6 em outubro, ante 53,8 em setembro, devido à fraca procura, segundo dado publicado pelo Jibun Bank e S&P Global.
- Shanghai SE (China), +0,91%
- Nikkei (Japão), +2,37%
- Hang Seng Index (Hong Kong), +1,71%
- Kospi (Coreia do Sul), +5,66%
- ASX 200 (Austrália), +0,28%
Europa
Os mercados europeus operam ligeiramente em alta nesta segunda-feira, com o impulso positivo da semana passada.
O Stoxx 600 subiam 0,1% no início das negociações, enquanto os movimentos do setor foram moderados. As ações de viagens lideraram os ganhos, com alta de 0,9%.
As bolsas europeias fecharam cautelosamente em alta na sexta-feira, encerrando na semana passada uma recuperação que durou uma semana, impulsionada por uma série de lucros sólidos e por uma percepção de inclinação pacífica por parte dos bancos centrais.
- FTSE 100 (Reino Unido), +0,05%
- DAX (Alemanha), +0,03%
- CAC 40 (França), +0,00%
- FTSE MIB (Itália), +0,33%
- STOXX 600, +0,12%
Commodities
Os preços do petróleo subiam na segunda-feira, depois que os principais exportadores, Arábia Saudita e Rússia, disseram que manteriam cortes voluntários extras na produção de petróleo até o final do ano, mantendo a oferta restrita, enquanto os investidores estavam atentos a sanções mais duras dos EUA ao petróleo iraniano.
As cotações do minério de ferro na China fecharam quase estáveis, uma vez que os ganhos puxados por fundamentos saudáveis e estímulos foram parcialmente compensados por temores de uma possível supervisão governamental após a recente recuperação dos preços e o estreitamento das margens do aço.
- Petróleo WTI, +1,43%, a US$ 81,66 o barril
- Petróleo Brent, +1,31%, a US$ 86,00 o barril
- Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve baixa de 0,05%, a 925 iuanes, o equivalente a US$ 127,28
Bitcoin
- Bitcoin, -0,07% a US$ 35.042,29 (em relação à cotação de 24 horas atrás)
2. Agenda
A agenda da semana tem como destaque o IPCA de outubro, que será apresentado na sexta-feira (10). A projeção do Bradesco é de aumento de 0,29% na variação mensal, enquanto a XP projeta aceleração de 0,26%.
No início da semana, o Banco Central (BC) divulgará dados sobre transações correntes, estimadas pelo consenso de mercado em -US$ 1,4 bilhões, e a nota sobre o setor externo. Além disso, haverá a apresentação do índice PMI Composto de outubro, na segunda (6).
Na terça-feira, o destaque fica para a Ata do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que deve detalhar os aspectos envolvidos na tomada da decisão que cortou 50 pontos base da taxa Selic, atualmente em 12,25%. A ata é considerada importante para compreensão dos rumos que serão tomados pelo Copom na política monetária, bem como antecipar próximos passos.
Nos próximos dias, em uma agenda mais esvaziada, os EUA conhecerão os dados de balança comercial de setembro e crédito ao consumidor do mesmo mês na terça-feira. Na quinta, serão apresentados os números semanais de pedidos de auxílio desemprego e Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, realizará um discurso.
Na sexta-feira, haverá a divulgação do índice de confiança da Universidade de Michigan, com projeção do mercado em 63,50%, e será também apresentado o Resultado Fiscal Mensal.
Além disso, ainda na agenda internacional, serão destaque as divulgações, na Europa, do índice de preços ao produtor da Zona do Euro, os números de produção industrial da Alemanha e PIB do Reino Unido do terceiro trimestre.
Brasil
8h25: Boletim Focus semanal
8h30: Nota à Imprensa Setor Externo – Transações Correntes de setembro
08h30: Nota à Imprensa Setor Externo – IDP de setembro
9h: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, participa de evento do BTG
10h: Índice PMI composto de outubro
14h: Haddad se reúne com presidente da Caixa
15h: Haddad tem reunião com Senador Alessandro Vieira (MDB-SE)
16h10: Campos Neto, presidente do BC, tem reunião, por videoconferência, com Flávio Dino, Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, Secretário Executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Liáo, Presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), e Henrique Lopes Eglem de Oliveira, Diretor de Inteligência Financeira Substituto do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), em São Paulo, (fechado à imprensa)
17h: Campos Neto tem reunião com Afonso Bevilaqua, Diretor Executivo para o Brasil do FMI (fechado à imprensa)
EUA
13h: Discurso Lisa D. Cook, membro do Fed
3. Noticiário econômico
Haddad quer mais tempo antes de mudar meta fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e seus auxiliares têm buscado convencer o Palácio do Planalto de que é preciso “mais tempo” para perseguir a meta fiscal, segundo o Valor Econômico. O prazo pedido pela equipe econômica, nas últimas conversas com a cúpula do governo para se certificar se será ou não possível obter a receita necessária para cumprir o déficit primário zero no próximo ano, é março de 2024. Março é quando o Executivo divulga o 1º Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias de 2024.
Ao tentar postergar o debate para o ano que vem, o objetivo da equipe de Haddad é ter em mãos informações certeiras sobre um possível desequilíbrio orçamentário e, consequentemente, a necessidade ou não de contingenciamento. Na prática, isso significaria aprovar o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 sem alteração no déficit.
4. Noticiário político
Pauta do STF tem Índices de correção de dívidas e do FGTS
A definição dos índices de correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e das dívidas civis estão na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), respectivamente, nesta semana.
No Supremo, pode ser analisado na quarta-feira o processo sobre a aplicação da Taxa Referencial (TR) como índice de correção dos saldos das contas vinculadas do FGTS. É o terceiro item da pauta de julgamentos.
O tema é relevante para o governo. Pode causar uma despesa primária de até R$ 8,6 bilhões nos próximos quatro anos para remunerar as contas vinculadas ao FGTS caso prevaleça o voto do relator, ministro Luís Roberto Barroso.
O ministro votou para afastar a TR e aplicar uma taxa de correção que não seja inferior à da caderneta de poupança. O ministro André Mendonça concordou. O julgamento será retomado com o voto do ministro Nunes Marques, que havia pedido mais tempo para analisar o assunto (ADI 5090).
Mas a previsão é que o STF comece a sessão de quarta-feira o julgamento sobre a validade da etapa de separação judicial para os divórcios no Brasil.
Aneel convoca distribuidoras para reunião nesta segunda-feira
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) convocou distribuidoras de energia que atuam no Estado de São Paulo para uma reunião nesta segunda-feira (6). A intenção é discutir a queda no fornecimento do serviço nos últimos dias devido às fortes tempestades na sexta-feira (3).
A reunião será durante a tarde e deve contar com a participação do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes. Devem participar também representantes da Enel SP, CPFL, Elektro, Energia Sul-Sudeste e EDP, que atuam no Estado.
A agência reguladora informou que, em conjunto com o Ministério de Minas e Energia (MME), estava monitorando os prejuízos provocados pelas fortes chuvas. A Aneel solicitou que as empresas adotassem providências para restabelecer a energia o mais breve possível.
5. Radar Corporativo
Itaú Unibanco (ITUB4)
O Itaú Unibanco (ITUB4) informou na noite de sexta-feira (3) que conclui o seu processo de saída do mercado argentino. Em comunicado ao mercado, a instituição financeira brasileira afirmou que obteve a autorização do Banco Central da República Argentina para o fechamento de suas operações.
Dessa forma, conforme o Itaú, foram alienadas as suas ações detidas no Banco Itaú Argentina e de suas subsidiárias (BIA) para o Banco Macro. O Itaú já havia comunicado a operação no mês de agosto deste ano, ressaltando que iria continuar atendendo os clientes corporativos locais e regionais.
Pelo negócio, o Itaú Unibanco recebeu do Macro o valor de US$ 50 milhões. Por outro lado, irá reconhecer, em seu balanço do 3º trimestre – que sairá nesta segunda – um impacto negativo, não recorrente, de R$ 1,212 bilhão.
CVC (CVCB3)
A CVC (CVCB3) apresentou prejuízo líquido de R$ 87,5 milhões no terceiro trimestre de 2023 (3T23), de acordo com o balanço divulgado pela companhia na noite desta sexta-feira (3). A cifra foi 16,6% superior à registrada no mesmo período do ano passado, quando o prejuízo somou R$ 75 milhões.
A empresa explica que o aumento do prejuízo se deve “majoritariamente ao registro de impairment de ágio da Submarino Viagens, em decorrência da revisão do plano de negócios, com redução das operações em parcerias, o que ocasionou uma perda no valor recuperável; marcação à mercado do bônus de subscrição e impairment sobre ativos fiscais diferidos”.
(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)