Tesouro Direto: taxas de prefixados avançam até 11,46% em dia de alta nos rendimentos dos Treasuries

Investidores aguardam divulgação da ata do Copom amanhã e novos discursos de Powell

Bruna Furlani

Publicidade

A volta do feriadão prolongado é marcada por uma alta moderada, de até 7 pontos-base (0,07 pontos percentuais) nas taxas oferecidas pelos títulos públicos do Tesouro Direto, nesta segunda-feira (6).

Agentes repercutem os números do Boletim Focus do Banco Central, que voltou a mostrar uma alta nas projeções para a inflação em 2024, que passaram de 3,90% para 3,91%, segunda alta seguida.

O ajuste também ocorre em linha com a subida nos rendimentos dos Treasuries (títulos do Tesouro americano). No caso do papel com vencimento em dez anos, o juro oferecido chegava a 4,616%, por volta das 11h15 desta manhã (horário de Brasília), acima dos 4,591% vistos na véspera (5) e dos 4,576% registrados no dia 3.

Continua depois da publicidade

Números mais fracos do mercado de trabalho e do setor de serviços nos Estados Unidos ajudaram a derrubar as taxas longas da curva americana ao longo dos últimos dias, apesar do leve ajuste para cima visto hoje.

No exterior, o foco está na fala de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que deverá discursar mais duas vezes nesta semana.

O tom adotado pelo presidente do Fed terá forte peso no mercado, após Powell ter adotado um discurso visto como mais dovish (inclinado ao aperto monetário) pelo mercado na última quarta-feira (1), dando a entender que a barra para elevar os juros estaria mais alta agora.

Continua depois da publicidade

O mercado também acompanhará a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, amanhã (7), juntamente com a apresentação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro na sexta-feira (10).

Na atualização perto das 11h do Tesouro Direto, o maior retorno oferecido por prefixados era entregue pelo papel com vencimento em 2033, no valor de 11,46%, acima dos 11,42% vistos na sexta-feira (3).

Já entre os títulos atrelados à inflação, a maior alta era registrada pelo Tesouro IPCA+2045, que viu o juro real passar de 5,83% para 5,90% no mesmo horário.

Continua depois da publicidade

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na manhã desta segunda-feira (6): 

Fonte: Tesouro Direto

Focus

De acordo com o Focus divulgado hoje, a estimativa do IPCA para este ano ficou nos mesmos 4,63% da semana passada, após três semanas seguidas de redução. A previsão para a inflação de 2024 avançou de 3,90% para 3,91%, a segunda alta seguida. A projeção para a inflação de 2025 está em 3,50% há 15 semanas. Já a estimativa para 2026 permanece em 3,50% nos últimos 18 Boletins Focus.

Nesta semana, a mediana das projeções para a evolução do Produto Interno Bruto (PIB)  foi mantida em todo o horizonte pesquisado. A estimativa para 2023 ficou nos mesmos 2,89% e a projeção para 2024 continua em 1,50% nas últimas sete pesquisas. A projeção para 2025 também permanece em 1,90% há seis semanas, enquanto a de 2026 está nos mesmos 2,0% há 13 pesquisas seguidas.

Continua depois da publicidade

As estimativas para a taxa básica de juros (Selic) para 2023, 2024, 2025 e 2026 também não sofreram alterações, ficando em 11,75%, 9,25%, 8,75% e 8,50%, respectivamente.

Da mesma forma, as projeções para o dólar estabilizaram. Para 2023, o número ficou em R$ 5,00, enquanto a projeção para 2024 continuou em R$ 5,05, a de 2025 permaneceu em R$ 5,10 e a aposta para 2026 ficou em R$ 5,20.

Ata do Copom e IPCA

Um dos destaques da agenda local é a divulgação da ata referente à última reunião, em que o Comitê reduziu a Selic para o patamar de 12,25% ao ano.

Continua depois da publicidade

A expectativa dos agentes é que a autoridade monetária dê mais detalhes de como avalia a conjuntura atual em meio a um cenário internacional citado pelo colegiado como mais “adverso”, após o comunicado ter trazido poucas alterações em relação ao documento de setembro.

A agenda da semana também é marcada pela apresentação do IPCA de outubro, na sexta-feira (10). A projeção do Bradesco é de um aumento de 0,29% na variação mensal, enquanto a XP estima uma aceleração de 0,26%.